1 DE FEVEREIRO DE 2019
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paliativos, a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, a Comissão Nacional de Cuidados Paliativos,
porque, de facto, são um exemplo de resiliência, nomeadamente nos três últimos anos.
Efetivamente, é-nos dito que os cuidados paliativos são uma prioridade para este Governo e há,
seguramente, trabalho e esforço nesse sentido. Mas não é isso que estamos a julgar, é a escassez de meios
que continuam a ser postos ao dispor destas equipas, porque, sim, é possível anunciar uma cobertura em todos
os distritos; no entanto, para 100 doentes, há apenas 1 médico e 1 enfermeira. Portanto, em abono da verdade
e do rigor, é preciso perceber, efetivamente, que os recursos humanos que existem são insuficientes para
assegurar a qualidade assistencial.
Estes doentes não são doentes de segunda, não precisam de respostas de segunda. Justifica-se e merecem
ser tratados por profissionais verdadeiramente treinados e formados e não que lhes sejam oferecidos
sucedâneos ou respostas de segunda, com um pacote de cuidados que, muitas vezes, nada tem que ver com
a prática de cuidados paliativos.
Portanto, sim, insistiremos que os recursos humanos são insuficientes e que é preciso dar meios, porque,
senão, é-se inconsequente. Não basta o Governo anunciar uma prioridade e não dotar estas equipas de meios.
Aliás, o próprio plano estratégico nacional previa 100 equipas na comunidade, onde, como muito bem disseram,
os doentes podem estar com as devidas condições, se forem apoiados — eles e as suas famílias —, mas, para
uma meta de 100 equipas, chegámos ao final de 2018 com 19. Isto não é mostrar prioridade, de forma alguma!
Por isso, queremos insistir, na linha do que o CDS tem feito, com a lei dos direitos das pessoas em fim de
vida…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada. Já ultrapassou o seu tempo.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Como dizia, na linha do que o CDS tem feito, com a lei dos direitos das pessoas em fim de vida e com o
estatuto do cuidador, no qual, desde 2016, vimos insistindo, pedimos ao PSD e também aos outros partidos que
não deixem de apostar nesta área.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para encerrar este debate, tem a palavra o Sr. Deputado Ricardo Baptista Leite, do
PSD.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Sr. Presidente, começo por agradecer ao Sr. Deputado João Dias,
do PCP, à Sr.ª Deputada Isabel Moreira, do PS, ao Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda, e à
Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, do CDS, as perguntas que levantaram.
Devo dizer que desconhecemos em absoluto os resultados do Plano Estratégico para o Desenvolvimento
dos Cuidados Paliativos para 2017-2018, definido pelo Governo, porque eles nunca foram publicados, apesar
de o prazo ter terminado a 31 de dezembro, e também não encontramos o plano estratégico para 2019-2020,
por mais que tentemos procurá-lo, porque ele nunca foi publicado. Esta não é uma prioridade para este Governo
e, infelizmente, isso está à vista de todos.
De facto, o PCP e o Bloco apresentaram vários projetos para que esta matéria passasse a ser uma prioridade
para o País e o PSD votou-os favoravelmente. E o que é que o Governo fez com eles?
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Nada!
O Sr. Luís Vales (PSD): — Zero!
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Ignorou-os por completo! E o que é que o Partido Comunista
Português e o Bloco de Esquerda fizeram, perante isso? Aprovaram Orçamento após Orçamento!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Exatamente!