I SÉRIE — NÚMERO 50
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Srs. Deputados, o voto foi aprovado. Teve votos a favor do PS, do BE, do PCP, de Os Verdes, do PAN, do
Deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira e de 3 Deputados do CDS-PP (Ana Rita Bessa, Assunção Cristas e
João Pinho de Almeida), votos contra de 3 Deputados do PSD (Carlos Páscoa Gonçalves, José Cesário e Miguel
Morgado) e abstenções do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª HelenaRoseta (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: — Pediu a palavra para que efeito, Sr.ª Deputada?
A Sr.ª HelenaRoseta (PS): — Sr. Presidente, é para uma rápida interpelação à Mesa.
Já sou Deputada há muitos anos e penso que, no momento das votações, a Mesa deveria fazer um apelo
aos Srs. Deputados no sentido de não haver apartes, palavras soltas e expressões ditas em voz alta.
Protestos do BE e do PCP.
Os Srs. Deputados podem protestar, apenas digo que, no momento das votações, devemos respeitar a
vontade individual de cada um. Apenas isso!
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, muito obrigado pelo conselho.
O Sr. Paulo Neves (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: — Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Paulo Neves (PSD): — Sr. Presidente, é para informar a Mesa que irei entregar uma declaração de
voto sobre a última votação.
O Sr. Presidente: — Fica registado, Sr. Deputado.
Passamos ao Voto n.º 728/XIII/4.ª (apresentado pelo PCP) — De solidariedade com povo venezuelano e a
comunidade portuguesa na Venezuela e de condenação da posição assumida pelo Governo português de apoio
ao golpe de Estado em curso contra a República Bolivariana da Venezuela, que vai ser lido pelo Sr. Secretário
Moisés Ferreira.
O Sr. Secretário (Moisés Ferreira): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«O reconhecimento pelo Governo PS de um autoproclamado ‘presidente interino’ da Venezuela constitui um
grave precedente nas relações internacionais do Estado português, uma clara violação da Constituição
portuguesa e uma afronta à soberania e independência da República Bolivariana da Venezuela, ao povo
venezuelano, à Carta das Nações Unidas e ao direito internacional.
Ao apoiar abertamente a operação golpista contra a Venezuela, ao arrepio dos interesses do País e do povo
português, o Governo PS alinha-se com os setores mais reacionários e torna-se corresponsável pela escalada
de agressão, levada a cabo pela administração Trump e apoiada pela extrema-direita latino-americana e pela
União Europeia, e pelas suas graves e perigosas consequências para o povo da Venezuela e para a comunidade
portuguesa ali residente.»
Protestos do PS.
«Os interesses do povo venezuelano e do povo português, incluindo da comunidade portuguesa naquele
país, não se defendem alinhando com os responsáveis por tentativas de golpes de Estado, violência e
terrorismo, sanções e bloqueio económico, confiscação ilegal de bens e recursos financeiros da Venezuela ou
por provocações junto à sua fronteira a coberto de uma dita ‘ajuda humanitária’, ou com a ameaça de Trump de
intervenção militar.
Assim, a Assembleia da República: