I SÉRIE — NÚMERO 50
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b) No que diz respeito à A25 e, mais especificamente, à A23, estas vias não têm nem o perfil, nem a
segurança, nem a qualidade de piso das autoestradas que são taxadas neste país e não têm também
alternativas viárias que permitam aos condutores escolher entre a circulação portajada e a circulação gratuita;
c) As empresas do interior do País (aquela faixa de Portugal que é servida pelas SCUT) vivem com brutais
dificuldades de equilíbrio financeiro e até de sobrevivência, tendo os custos acrescidos decorrentes da
introdução de portagens criado já problemas de desemprego e de fixação de pessoas bem mais graves do que
as soluções que se pretendem obter com as alegadas receitas que o Estado possa vir a arrecadar.
Em face deste cenário, os Deputados subscritores desta declaração de voto, não deixarão de se bater por
aquilo que consideram ser manifesta justiça e, que mesmo assim, o Governo não logrou, para já, acolher.
A bem da coesão nacional, nenhum Governo pode deixar de discriminar positivamente o interior do país e,
mais concretamente, os distritos de Castelo Branco e da Guarda, que, nos últimos dez anos, perderam
população em todos os concelhos.
Os Deputados do PSD, Carlos Peixoto — Manuel Frexes — Ângela Guerra — Álvaro Batista.
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Relativas ao Projeto de Resolução n.º 1835/XIII/4.ª:
Muito embora concorde com grande parte do conteúdo do projeto de resolução apresentado pelo PCP para
eliminação de portagens na A28, A41, A42 e A29, abstive-me nesta votação.
Esta minha abstenção deveu-se a uma série de razões.
A primeira razão prende-se com o facto de este projeto de resolução tratar casos diferentes de forma igual,
juntando as quatro autoestradas como se as portagens representassem a mesma realidade.
A segunda razão prende-se com o facto de o PSD, posição na qual me revejo, ser favorável ao princípio do
utilizador pagador, devendo ser pagas portagens sempre que exista alternativa gratuita condigna aos
utilizadores destas autoestradas. Apenas poderia votar de outra forma, em consciência, se estivesse movida de
elementos que justificassem outro tipo de posição.
A terceira razão prende-se com o facto de o presente projeto de resolução não especificar e fundamentar as
razões pelas quais escolheu estas e não outras para abolir as portagens.
Por fim, a última razão prende-se com o facto de este projeto não dizer respeito ao caso do pórtico de Castelo
de Neiva na A28, cuja eliminação defendo por considerar que a sua colocação se encontra implantada numa
localização onde não há alternativa efetiva.
São estas, em suma, as razões da minha abstenção.
Lisboa, 12 de fevereiro de 2019.
A Deputada do PSD, Emília Cerqueira.
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Conquanto concorde com uma boa parte das razões justificativas que sustentam o presente projeto de
resolução, abstive-me.
Não está em causa o pórtico de Neiva, na A-28, com cuja abolição concordo em absoluto e sem hesitações.
A sua existência não tem, nesta altura, qualquer justificação, muito menos na localização escolhida.
Todavia, sendo certo que a introdução de portagens nas ex-SCUT, em resultado do acréscimo de custos
inerente, agravou significativamente a condição económica das populações e das empresas, a verdade é que a
abolição generalizada que decorre da proposta é inadequada por excessiva.
É que não é, de modo algum, similar e muito menos igual a situação geográfica, estrutural e económica das
regiões servidas pelas diferentes vias que são objeto da proposta em apreço.