I SÉRIE — NÚMERO 51
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Aplausos do PS.
Com esta política, o elevador social está a funcionar, está a quebrar-se geracionalmente esta trajetória que
os senhores queriam introduzir para construirmos o futuro.
É verdade que o risco de pobreza é maior em alguns grupos, nomeadamente nas mulheres, que representam
54% das pessoas pobres. É verdade que é maior nas famílias monoparentais, que são sobretudo mulheres, isto
é, 80% destas famílias são constituídas por mulheres. Mas também é verdade que, com estas políticas de
progresso, o risco de pobreza das famílias monoparentais diminuiu significativamente e que o diferencial de
risco entre homens e mulheres também diminuiu significativamente.
Por isso, temos hoje políticas de progresso que muito estão a contribuir para a diminuição das desigualdades
sociais.
É este o caminho, não pode ser outro. Pena é que os senhores não o reconheçam e, ao não o reconhecerem,
não queiram construir o futuro, porque estão sempre virados e a olhar para o passado.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Joana Barata
Lopes, do PSD.
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, peço desculpa, mas tenho de começar
pelo fim.
Para o passado? Nós estamos sempre a olhar para o passado? Sabe quantas intervenções houve desse
lado do Hemiciclo que não tenham falado no passado várias vezes, e é só num passado seletivo, que é o do
Governo anterior? Nenhuma, absolutamente nenhuma! Se desconfia, faça o favor de pedir a gravação.
A Sr.ª Deputada disse que eu não tinha discutido dados.
Em primeiro lugar, quero dizer-lhe que se entende que aquilo de que falei da tribuna não é discutir a pobreza,
temos conceitos de pobreza muito distintos. Tenho a certeza de que todos aqueles que são afetados por cada
uma das coisas que elenquei, neste momento têm exatamente o mesmo conceito de pobreza que aqui também
lhe trouxe.
Mas não seja por isso, Sr.ª Deputada! Diz-me que eu não utilizei dados, mas, quando utilizo os dados dos
Açores, vem muito indignada dizer-me que há 20 anos era muito pior.
Sr.ª Deputada, o Sr. Deputado Carlos César — não foi ele que me fez a pergunta, mas, enfim, assumo que
fosse essa a intenção — esteve 16 anos a governar os Açores e, tendo em conta a taxa de risco de pobreza,
aquilo que eu disse foi que não nos dissesse a nós como é que isso se consegue, porque isso não interessa
aos portugueses.
Aplausos do PSD.
Depois disso, desde 2012, está lá um socialista e continuamos a ter a mesma taxa de pobreza, que, volto a
dizer, é quase o dobro da média nacional.
Protestos do PS.
A Sr.ª Deputada é que queria que eu discutisse dados! Mas também lhe quero perguntar o seguinte: nós
temos má memória, Sr.ª Deputada?! O passado está circunscrito àquilo que foi o Governo anterior, o Governo
que retirou o País da bancarrota?!
Protestos do PS.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Levaram as pessoas à pobreza!