I SÉRIE — NÚMERO 55
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onde nunca deveriam ter saído?! Não considera o PS que este é o momento de reverter esta sobranceria dos
interesses privados sobre os básicos e essenciais interesses das populações num serviço secular, de
proximidade, imprescindível de norte a sul do País e regiões autónomas?!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. ErnestoFerraz (BE): — Concluo, Sr. Presidente.
O PS considera ou não fulcral criar serviços essenciais para corrigir assimetrias, em vez de as deixar
avolumar cada vez mais?!
O Sr. Deputado André Pinotes perguntava como se faz. Pergunte ao seu Governo e à tutela!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Carlos Pereira.
O Sr. CarlosPereira (PS): — Sr. Deputado, muito obrigado pela sua pergunta.
Gostaria de sublinhar o que disse na minha intervenção, pois julgo ter sido bastante claro, ao dizer que a
preocupação do Grupo Parlamentar do Partido Socialista é grande. Observamos o que se passa no País,
observamos o que diz o regulador, analisamos o que tem feito o regulador e, naturalmente, estamos
preocupados, aliás, podemos mesmo dizer que estamos muito preocupados.
Mas, Sr. Deputado, permita-me que lhe diga, de forma clara, o seguinte: o Partido Socialista não faz
proclamações! O Partido Socialista analisa a situação, recolhe informação e atua de acordo com essa análise e
essa recolha de informação. Disse, e repito, que o Partido Socialista pediu à IGF uma auditoria. Nós não nos
vamos atropelar na ação política. Temos de conhecer os resultados da auditoria. É absolutamente indispensável
compreender o que se passou e que consequências tiveram essas decisões tomadas pelo PSD e pelo CDS.
Com base nisso, como disse, atuaremos em conformidade.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para uma segunda intervenção, o Sr. Deputado Paulo
Rios, do PSD.
O Sr. PauloRios de Oliveira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Respondendo um
pouco ao repto do Sr. Deputado Carlos Pereira, gostaria de dizer o seguinte: no início da minha intervenção
saudei as propostas dos partidos que apresentaram os projetos, porque são claras, são assumidas, é uma
questão ideológica, e é assim mesmo que a entendemos.
Disse, na tribuna, o que o PSD pensava de tudo isto.
O que é lamentável é que a posição do Partido Socialista seja de uma enorme cobardia política. Nem é água,
nem é vinho; nem é carne, nem é peixe; nem é a favor, nem está contra; está preocupado mas, mais ou menos,
vai investigar.
Assumam definitivamente: ou estão com a esquerda radical ou não estão com a esquerda radical!
Assumam o vosso passado, assumam o que fizeram, assumam o contrato de concessão, assumam a
colocação deste tema no Memorando da troica, assumam que também no vosso Programa do Governo isto
existia!
O Sr. André Pinotes Batista (PS): — Não ouviu a intervenção anterior!
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Sejam um partido de Governo! Sejam um partido responsável!
O Sr. LuísMoreiraTesta (PS): — Esta intervenção é uma vergonha!