I SÉRIE — NÚMERO 59
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Sr.ª Deputada Assunção Cristas, faça favor de prosseguir, uma vez que a sua bancada ainda dispõe de
tempo.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Muito obrigada, Sr. Presidente da Assembleia da República. Sugeria
que informasse o Sr. Primeiro-Ministro, porque assim ele escusava de fazer uma figura tão triste, ao propor
alguma coisa que nem sequer é possível.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
Protestos de Deputados do PS.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, teríamos muito mais para falar sobre estes
pontos, mas há um tema incontornável que não posso deixar de trazer hoje a este debate, que é o tema da
saúde, porque, mais uma vez, continuamos com demissões na área da saúde. Ainda ontem foi o caso no Centro
Hospitalar de Leiria e mais uma vez foi dito e explicado que havia demissão por falta de meios e de
investimentos.
Sr. Primeiro-Ministro, quando é que vai assumir o absoluto falhanço do seu Governo na área da saúde?!
Mas, como compreendo que o Sr. Primeiro-Ministro está absolutamente perdido neste ponto, o CDS tem tido
a preocupação, de resto, como noutras áreas, de que a supervisão bancária é exemplo — felizmente, nesta
área, o Governo agora tem propostas, o que é ótimo, e se as quiser trazer já para a semana, quando tivermos
o nosso agendamento potestativo, serão muito bem-vindas —, de trazer muitas propostas liderantes quanto à
autonomia dos hospitais, ao novo modelo de financiamento para garantir melhores resultados, e não apenas
nos números da produção, que o Sr. Primeiro-Ministro tanto gosta de citar.
Porém, Sr. Primeiro-Ministro, vou lançar-lhe mais um desafio: por que razão é que o Sr. Primeiro-Ministro
não pega nos CRI (centros de responsabilidade integrada), que tão bons resultados têm?! E o primeiro — veja-
se! — é de 1988, do Prof. Manuel Antunes, à época, em Coimbra. Por que razão não pega neste modelo e não
conseguimos ter melhores resultados na área da saúde?
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — É que está visto que tudo o que tem feito neste domínio tem falhado
redondamente!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, no caso concreto de Leiria, ainda ontem a Sr.ª
Ministra da Saúde teve ocasião de reunir com o Sr. Presidente da Câmara para analisar os problemas que
existem no hospital, um hospital onde tem sido feito um esforço grande de investimento, de mais de 11 milhões
de euros nos últimos três anos.
Como tenho tido repetidas vezes ocasião de lhe dizer, de facto, recebemos um Serviço Nacional de Saúde
a requerer um grande esforço de recuperação e foi por isso que já conseguimos contratar 9000 novos
profissionais para o Serviço Nacional de Saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e outros
profissionais.
Graças a isso, felizmente, a produção aumentou. A Sr.ª Deputada não gosta de ouvir falar da produção, mas
a produção é o que permite saber se estamos a dar mais consultas ou menos consultas, a fazer mais cirurgias
ou menos cirurgias. Aquilo que a Sr.ª Deputada verdadeiramente não gosta é que a resposta a cada uma destas
perguntas seja, efetivamente, a de que temos hoje mais consultas nos centros de saúde do que em 2015, mais
consultas nos hospitais do que em 2015, mais cirurgias nos hospitais do que em 2015, ou seja, o Serviço
Nacional de Saúde está a atender e a tratar mais pessoas.