8 DE MARÇO DE 2019
31
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Porém, está tudo pior!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Estamos a fazer isto com 25% menos de taxas moderadoras; estamos a fazer
isto com um melhor horário de trabalho para os enfermeiros, que recuperaram as 35 horas que lhes tinham sido
retiradas, aliás, alargámos mesmo as 35 horas aos enfermeiros que, tendo sido contratados com contrato
individual de trabalho, nunca tinham tido este horário,…
Protestos do Deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares.
… e a quem repusemos o subsídio de especialidade, que também lhes tinha sido retirado, da mesma forma
que repusemos vencimentos, da mesma forma que puderam beneficiar da redução da sobretaxa, da mesma
forma que estamos a investir na criação de novas USF (unidades de saúde familiar), para atingir a meta que nos
fixámos, de 100 novas USF até ao final deste ano.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já concluir, Sr. Presidente.
No ano passado, reduzimos, em 48%, o atraso dos pagamentos nos hospitais e, como sabe, temos este ano
previsto, para 11 hospitais, um novo modelo de gestão.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — É preciso ter lata!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É um modelo mais autónomo, mais responsabilizante, que permite ter maior
eficiência, e cujo desenvolvimento acompanhamos com muita atenção e muita expectativa de que possa
contribuir para uma gestão mais ágil do nosso Serviço Nacional de Saúde, de modo a continuarmos a melhorar
a qualidade da saúde dos portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, é a vez do Grupo Parlamentar do PCP, pelo que tem a palavra, para
formular perguntas, o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, peço desculpa por insistir, mas o
Novo Banco apresentou um novo prejuízo de 1400 milhões de euros e anunciou que vai recorrer, mais uma vez,
ao Fundo de Resolução para pedir mais de 1100 milhões de euros, em cima dos 4000 milhões de euros gastos
pelo Estado português na resolução do BES e dos 2000 milhões de euros pedidos pelo Novo Banco, já depois
da sua venda à Lone Star.
Mas isto é também o resultado, mais uma vez, das imposições da Comissão Europeia, que PS, PSD e CDS
aceitaram, desde a Resolução do BES até à venda do Novo Banco à Lone Star. Este é o resultado de uma
gestão feita à medida dos interesses da Lone Star.
Já aquando da apresentação dos resultados em 2017, o PCP alertou para os riscos da sua venda,
comprometendo recursos públicos — e, já agora, aqui sempre deveria ser considerado os encargos da Caixa,
que, naturalmente, são recursos públicos — para assegurar a viabilidade de um banco detido por um grupo
económico transnacional.
A questão que lhe quero colocar é a de saber se não é tempo de parar com este processo e integrar o Banco
na esfera pública, tal como o PCP já tinha proposto aquando da Resolução do BES e novamente em abril de
2017.
Para nós, existe uma questão clara: se o Estado paga ao Banco, o Estado deve gerir o Banco ao serviço do
País.
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!