I SÉRIE — NÚMERO 69
36
O seu humanismo, experiência e sentido de humor tornou-o numa figura incontornável do PSD e do
Parlamento, sendo muito mais do que espectador. É justo dizer que muitas coisas aconteceram como
aconteceram devido à sua sensibilidade para a gestão mediática.
Zeca Mendonça, como era carinhosamente conhecido, foi a personificação do ideal da convivência
democrática, estimado e respeitado por todos a quem a sua vida tocou — as lideranças do seu partido, o grupo
parlamentar, os colegas de trabalho, os dirigentes e trabalhadores dos diferentes partidos e todos os jornalistas,
dos veteranos aos mais novos.
A sua partida deixa em todos nós um vazio difícil de preencher. A melhor forma de honrar Zeca Mendonça é
sabendo, todos nós, que há mais a unir-nos — na vida e na política — do que a separar-nos.
Assim, a Assembleia da República, reunida em Plenário, exprime o seu pesar pelo falecimento de Zeca
Mendonça e endereça as suas condolências aos seus familiares.
Até sempre, Zeca Mendonça!»
O Sr. Presidente: — Vamos votar.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
O Governo, através do Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, aqui presente, acaba de
informar a Mesa que também se associa ao voto de pesar, que acabámos de votar, pela morte de Zeca
Mendonça.
Segue-se o Voto n.º 796/XIII/4.ª (apresentado pelo PS) — De condenação e pesar pelo massacre na aldeia
de Ogossagou, Mali.
A Sr.ª Secretária Sandra Pontedeira vai proceder à leitura deste voto. Tem a palavra.
A Sr.ª Secretária (Sandra Pontedeira): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«No passado dia 23 de março, ocorreu mais um massacre na região centro do Mali, desta feita na aldeia de
Ogossagou, que levou à morte de 135 civis, incluindo mulheres e crianças.
A população desta região do Mali tem sofrido recorrentemente com a multiplicação dos confrontos e
consequente escalar da violência entre o grupo Fulani e os grupos étnicos Bambara e Dogon que, ao longo do
tempo, criaram as suas próprias milícias anti-jihadistas de autodefesa. Só em 2018, estes confrontos étnicos
entre as duas fações levaram à morte de mais de 500 civis na região centro do Mali, de acordo com a ONU.
No domingo, após o massacre, foi convocado um Conselho de Ministros extraordinário, na presença do
recém-eleito Presidente Ibrahim Boubacar Keita, tendo sido ordenada a dissolução da milícia Dan Nan
Ambassagou, composta por grupos de etnia Dogon, ao qual se atribui a autoria do massacre, como forma de
deixar claro ao país que a proteção das populações continuará a ser assumida unicamente pelo Estado maliano
e não por milícias armadas.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária:
Condena e repudia veementemente o massacre ocorrido na aldeia de Ogossagou, no Mali, bem como todos
os atos de violência perpetrados contra a população daquele país, expressando o seu profundo pesar pela morte
destes 135 civis e de todos quantos até hoje faleceram em resultado deste conflito;
Apela a que sejam responsabilizados os autores do massacre e a que sejam tomadas medidas para garantir
a segurança e proteção da população do centro do Mali, através do desarmamento e desmantelamento de todas
as milícias que atuam na região;
Reitera os esforços da comunidade internacional e o seu apoio às autoridades do Mali, visando a paz e
estabilidade daquele território, bem como a necessidade de uma resolução rápida do conflito, e à plena
implementação do Acordo de Paz e Reconciliação no Mali.»
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto que acabou de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.