13 DE ABRIL DE 2019
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pelo PCP, que agora apresenta um projeto de rejeição do tratado orçamental, mas também pelo Bloco de
Esquerda e por Os Verdes.
Portanto, é bom que se saiba que o partido que aqui vem propor que Portugal se desvincule do tratado
orçamental é um dos partidos que mais fez neste Parlamento para respeitar o tratado orçamental. Isso diz tudo
sobre a coerência da proposta do PCP!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E várias vezes bateu palmas!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — O PCP, que aprova o valor do défice inscrito em cada
Orçamento sempre em respeito do tratado orçamental e todas as medidas restritivas que a isso obrigam, depois,
no dia seguinte, acha que ninguém reparou que votou e aprovou esses Orçamentos.
Protestos do PCP.
Nós percebemos porque é que, agora, o assunto é o tratado orçamental. É que os senhores não podem ir
para a próxima campanha eleitoral com o mesmo assunto com que foram à anterior. Mas nós ainda nos
lembramos de qual era, em matéria de finanças públicas, a grande bandeira do PCP e, aliás, do Bloco de
Esquerda também, na última campanha eleitoral. Não nos esquecemos, Srs. Deputados! Então onde é que está
a renegociação da dívida?
Protestos do BE e do PCP.
Os senhores estiveram quatro anos a apoiar um Governo! Depois de terem ido a uma campanha eleitoral em
que os cartazes de uns e de outros tinham como principal desígnio a renegociação da dívida pública, os
senhores não podem, quatro anos depois, ir dizer o mesmo, porque durante quatro anos aprovaram Orçamentos
e incumpriram aquilo que prometeram aos eleitores. É bom que saibam que o PCP e o Bloco de Esquerda agora
propõem a desvinculação do tratado orçamental, mas se, durante os próximos quatro anos, apoiassem o
Governo, não iria acontecer absolutamente nada.
Portanto, sobre essa inconsequência não vale a pena dizer mais nada.
Protestos do BE e do PCP.
Mas vale a pena olhar para a posição do Partido Socialista, que é um pouco um remix daquilo que são as
intervenções de Centeno no Parlamento português e daquilo que são as intervenções de Centeno em Bruxelas
ou em declarações ao Finantial Times.
O Partido Socialista quer que toda a gente acredite que não se revê nestas regras europeias, mas faz tudo
para as cumprir. E essa posição é de uma profunda hipocrisia.
A Sr.ª MargaridaMarques (PS): — É de responsabilidade!
O Sr. JoãoPinhodeAlmeida (CDS-PP): — A posição certa de um Estado como Portugal, e que devia ter
acontecido durante estes quatro anos, era, de facto, a de ter esse olhar crítico para as regras que estão, neste
momento, em causa no tratado orçamental.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira terminar, se fizer favor.
O Sr. JoãoPinhodeAlmeida (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Mas, sobre isso, o Governo não fez mais do que o Governo anterior,…
A Sr.ª Margarida Marques (PS): — Fez, fez!