I SÉRIE — NÚMERO 83
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O Sr. Porfírio Silva (PS): — Não vou perguntar à Sr.ª Deputada Margarida Mano, porque não tiveram sequer
a delicadeza de a deixar falar neste debate. Também a deixaram cair, como o vosso presidente!…
Quanto à resolução de 2017, chamei esse assunto aqui, porque, como a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa
deveria saber, já que anda nisto há algum tempo, na altura dessa resolução não era claro qual era o tempo de
serviço todo.
Protestos do PSD, do CDS-PP e de Os Verdes.
E não está lá escrito 9 anos! Não!
Risos do PSD, do CDS-PP e de Os Verdes.
Estão-se a rir?! Então, perguntem ao Prof. Mário Nogueira, que ele explica-vos!
Da parte da Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa até percebo, porque o CDS, naquela noite de quinta-feira, publicou
um tweet a dizer «não, nós não aprovamos o pagamento do tempo integral!» Talvez os senhores não
soubessem, quando votaram o artigo que falava em 3411 dias, que 3411 dias eram 9 anos, 4 meses e 2 dias,
mas ficam a saber!
Aplausos do PS.
Ficam a saber, porque acho que é uma informação relevante, para não estarem a inventar coisas, a dizer
coisas que nós não dissemos.
Sr.ª Deputada Ana Mesquita, nós não tentamos pôr trabalhadores contra trabalhadores. Agora, há uma coisa
muito simples: nós não queremos pôr os professores contra a escola pública e a escola pública contra os
professores. E o que os senhores estão a fazer é a cavar a cova da escola pública, até a direita estar contente
com a vossa estratégia, até as pessoas começarem a procurar os privados, em vez de procurarem a escola
pública.
Ainda lhe digo mais, Sr.ª Deputada Ana Mesquita: depois do apelo à convergência ao PSD e ao CDS, que
veio de um conhecido sindicalista, para votarem de uma certa maneira, não nos venha falar de apelos à
convergência. É que aquela fotografia de quinta-feira — e, já agora, aproveito para dizer que não fui que a tirei,
como alguns pensam — é que mostra muito bem a «Última Ceia» da coligação negativa.
Aplausos do PS.
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma declaração política, ao abrigo do n.º 2 do artigo 71.º
do Regimento, tem a palavra o Sr. Deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira.
O Sr. Paulo Trigo Pereira (N insc.): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Depois deste período de
crispação, venho tentar trazer aqui algum período de descontração.
Risos.
Não vou usar esta segunda e última declaração política como Deputado não inscrito para falar sobre a crise
política a propósito da contagem do tempo de serviço dos professores. Todos sabem o que penso sobre esta
matéria. Considero a proposta do Governo equilibrada e justa dentro das condições ainda vulneráveis do País,
embora perceba a insatisfação dos professores.
Vou falar sobre coisas mais estruturais, mais de longo prazo, que têm a ver com a qualidade da democracia.
E vou falar em cooperação e consensos.
Quando me tornei Deputado não inscrito, vários amigos do PS e vários jornalistas me questionaram sobre o
meu futuro político, e especularam. No final da intervenção de hoje, irei dar uma resposta cabal e definitiva sobre