10 DE MAIO DE 2019
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A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Fale deste Governo!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — … apoiou a extensão do tempo dos
contratos a termo e não a sua redução.
Aplausos do PS.
Lembro-me, antes, da admissão da inevitabilidade da precariedade como defesa do emprego! Essa foi a
vossa proposta, essa foi a vossa política.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Foi a proposta que o Sr. Ministro assinou no Memorando de
Entendimento!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Quanto às debilidades do PREVPAP
de que fala, Sr.ª Deputada, na administração central, no setor público empresarial e nas autarquias locais, em
conjunto, são 25 000 trabalhadores que verão resolvida a sua situação, já hoje. Para 25 000, já está decidido!
Aplausos do PS.
Faço-lhe só uma conta, Sr.ª Deputada: se, no setor privado, tivéssemos a mesma taxa de conversão de
trabalho precário em trabalho duradouro, seriam mais de 200 000 trabalhadores que veriam reconhecido um
contrato sem prazo.
Aplausos do PS.
Protestos da Deputada do PSD Clara Marques Mendes.
É, de facto, difícil olhar para essa visão do «falhanço», para essa visão do fracasso, quando o desemprego
juvenil baixa, quando os chamados NEET (Not in Education, Employment or Training) têm uma quebra como
nunca tiveram em Portugal, quando o número de inativos desencorajados se reduzem a dezenas de milhares,
quando diminui o trabalho a prazo, o trabalho temporário involuntário, quando todos os indicadores de qualidade
do emprego melhoram ao longo destes anos. E a Sr.ª Deputada chama a isto «falhanço». Facilmente
poderíamos chegar à conclusão de que o sucesso seria o contrário, seriam os 11% de desemprego!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Muito bem!
O Sr. Ministro do Trabalho, Segurança Social e Solidariedade: — Gostaria de aproveitar esta
oportunidade para responder a algumas questões concretas que me foram colocadas, nomeadamente em
relação à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
O que vos posso dizer é que, no orçamento para 2019 da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, está inscrita
uma verba para iniciar o processo de conversão de recibos verdes em contratos com a Santa Casa e a
negociação com os sindicatos está já marcada para que esse trabalho seja concluído. Não sei se os Srs.
Deputados tinham esta informação, mas houve uma curiosa coincidência e, felizmente, vamos poder, decerto,
ver resolvida essa situação.
Relativamente à Autoridade para as Condições do Trabalho, uma questão que também foi colocada, o que
vos posso dizer é que, de facto, foram aprovados, pela primeira vez, salvo erro, desde 2007, mais de 10 anos,
a abertura de novos concursos para a integração de inspetores do trabalho. É um processo complexo e exigente
para cumprir a lei e estamos na última fase, mas isso não impede que a atividade da ACT tenha evoluído de
ações inspetivas em 2016, que abrangeram 287 000 trabalhadores, para o valor de 2018, que se traduziu em
540 000 trabalhadores abrangidos por ações inspetivas da ACT. Não estamos parados, esse trabalho vai
continuar e vai ser aprofundado!