I SÉRIE — NÚMERO 84
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O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — É importante que aqui seja clarificado se o PS e o Governo
do PS vão respeitar integralmente o acordo de concertação social que assinaram.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Pergunte aos parceiros da concertação social!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Já agora, permitam-me que diga o seguinte: sabemos que
quem trabalhou toda a vida, com este Governo e nesta altura, não se consegue reformar — espera e desespera
na segurança social.
Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.
Sabemos também que, com este Governo, quem se quer qualificar profissionalmente o mais provável é não
ter formação profissional, porque as verbas para a formação profissional, apesar de não estarem sujeitas a
cativação, não são executadas e a falta de qualificação dos trabalhadores prejudica o emprego.
Sabemos, ainda, que quem diz que não gosta da precariedade, como o atual Governo e o Partido Socialista,
bem como os partidos que o suportam, é o Governo que aumenta a precariedade no Estado, com mais
trabalhadores a termo e com mais prestações de serviço do que alguma vez houve no Governo anterior.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — O CDS tem memória curta!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Portanto, era bom que explicassem ao que vêm. E, quanto a
números, estes são absolutamente indesmentíveis!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Não há precariedade no desemprego!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Se não gostam de precários, então não criem precários, não
continuem a criar precários, como os senhores têm feito no Estado.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Ninguém acredita nisso!
O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Rita Rato, do PCP.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados, Sr. Ministro, nas
últimas décadas, no setor privado e no setor público, a precariedade passou de exceção a regra, e não foi por
engano ou por distração. Foi por opção política de sucessivos Governos, do PS, do PSD e do CDS, para impor
menos salário e mais horário e para não aplicar direitos.
A precariedade tem servido, por opção política de sucessivos Governos, para substituir trabalhadores com
direitos por trabalhadores sem direitos e para afastar a contratação coletiva e a garantia de direitos a milhares
de trabalhadores neste País.
Protestos do PSD.
Tem sido muita a imaginação: através de estágios, bolsas, contratos a prazo, falsos recibos verdes,
subcontratação de trabalhadores, através de outsourcing e trabalho temporário… Tudo isto é precariedade e
tudo isto, Sr. Ministro, na esmagadora maioria das situações, é ilegal! E é ilegal, porque na esmagadora maioria
das situações trata-se de trabalhadores que respondem a necessidades permanentes, mas nunca tiveram
vínculo efetivo.
Perante tudo isto, e sobre precariedade recusamo-nos a falar com o PSD e com o CDS, porque são
responsáveis, diretos e indiretos, pelo agravamento da precariedade — precariedade para todos os