10 DE MAIO DE 2019
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Aliás, não é por acaso que estas propostas do Governo apenas têm o acolhimento dos partidos que mais
precariedade semearam no nosso País, o PSD e o CDS, que são, como sabemos, os campeões da
precariedade.
Sr. Ministro, parece-lhe razoável que se consintam níveis de precariedade, num determinado setor, de 40%
ou mesmo de 50% de postos de trabalho, apenas porque se situam abaixo da média desse setor? É assim que
o Governo pretende combater a precariedade?
Sr. Ministro, esse não nos parece ser o caminho, mas, com os parceiros que estão ao lado do Governo em
matéria laboral, também não era de esperar muito mais.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social, Vieira da Silva.
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Susana
Lamas, a Sr.ª Deputada, com pouca imaginação — é verdade! —, conseguiu fazer a inversão da matemática: o
emprego cresce 350 000, em termos líquidos, e a Sr.ª Deputada vem dizer que o emprego abranda!
Vozes do PSD: — E abranda!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — O desemprego diminui, de 12% para
6,7%, e a Sr.ª Deputada vem dizer que se trata de um falhanço.
Compreendo que o debate sobre precariedade seja um debate difícil para essas bancadas.
Protestos do PSD e do CDS.
É um debate difícil,…
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Não, não é!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — … porque se os Srs. Deputados forem
fazer uma pesquisa sobre a palavra «precariedade» no vosso programa eleitoral sabem qual é o resultado que
encontram? Façam a experiência, façam a experiência!
O Sr. JoãoOliveira (PCP): — Por acaso, é uma experiência interessante!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — A atenção à precariedade era nula,
como sempre foi! É por isso mesmo que, quando debatemos aqui a precariedade, os senhores tentam sempre
desviar a conversa e desvalorizar o que foi conseguido: 25 000 trabalhadores, já hoje, antes de terminado o
processo, têm a garantia de entrar, com um contrato duradouro, para o Estado central ou para as autarquias
locais. E este é um valor extremamente significativo!
O Sr. TiagoBarbosaRibeiro (PS): — Os senhores votaram contra!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Já parece a declaração do Primeiro-Ministro!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — O Governo conta com essa realidade
para dizer, com tranquilidade, que cumprimos o que foi prometido. Os nossos compromissos serão cumpridos
e todos aqueles que preencherem as regras da lei que aqui foi aprovada terão um lugar nos quadros da
Administração Pública.