I SÉRIE — NÚMERO 85
54
7) Que a aprovação deste texto final teria implicações financeiras e seria socialmente injusta, na medida em
que colocaria em situação de desigualdade os demais funcionários públicos e todos os que sofreram os efeitos
da crise nos seus salários e pensões;
e
8) Que as normas avocadas pelo PSD e CDS significariam fixar prazos, porventura inatingíveis, para a
concretização da contagem integral do tempo de serviço e abririam a porta ao enfraquecimento do Estatuto da
Carreira Docente;
o PAN, entendendo a justa e legítima reivindicação dos docentes, não pode, em consciência, acompanhar a
proposta, pelo que se abstém.
Não podemos deixar de lamentar que:
- A negociação sindical com o Governo tenha perdido a sua centralidade para o Parlamento;
- Que o Governo não tenha conseguido encontrar uma solução negocial que garanta a estabilidade social e
laboral e cumpra os compromissos assumidos com os docentes;
- A carreira dos docentes tenha sido utilizada como arma de combate político e eleitoral entre os partidos que
suportam o Governo e entre o PS e os partidos da direita;
- A obsoleta guerra ideológica esquerda/direita e as opções eleitoralistas dos partidos se sobreponham aos
interesses dos docentes e dos contribuintes;
- O Primeiro-Ministro, conforme se comprometeu com os portugueses, não tenha conseguido garantir uma
solução governativa estável no seio dos partidos que sustentam o Governo.
O PAN defende a valorização e o reconhecimento do trabalho dos docentes e a dignificação das suas
carreiras e enaltece a importância do seu papel na sociedade. O PAN agradece a todos os docentes que
diariamente exercem a sua profissão com dedicação e afinco, que sentem na pele os excessos da burocracia e
os problemas de um modelo educativo que necessita de ser amplamente repensado e discutido, com vista a
uma educação viva.
Palácio de São Bento, 10 de maio de 2019.
O Deputado do PAN, André Silva.
——
O que foi votado em Comissão estabelecia o reconhecimento da contagem do tempo de serviço, impedia
ultrapassagens, deixando em aberto e remetendo para o Governo o que compete ao Governo em sede negocial:
a concretização do modo e do prazo. Foi nesse sentido que a subscritora votou em sede de Comissão.
A aprovação das cláusulas de salvaguarda, que o CDS avocou para o Plenário, não teria um efeito
substancialmente diferente do resultante da votação em Comissão. Votação, esta, que, importa relembrar, foi
abusivamente usada para criar uma suposta crise, artificial, baseada em dados e imputações falsas,
subvertendo o espírito subjacente à proposta do CDS e a votação em si mesma.
Não obstante este entendimento e apesar de concordar com o essencial do diploma, após ponderação, a
subscritora atendeu à solicitação da direção do Grupo Parlamentar conformando o seu voto com o entendimento
e posição formalmente assumida pela sua liderança.
A Deputada do CDS-PP, Ilda Araújo Novo.
———
Nota: As declarações de voto anunciadas pelos Deputados do PS Pedro Coimbra, José Rui Cruz e Norberto
Patinho e pelo Deputado do BE Pedro Filipe Soares referentes a esta reunião plenária não foram entregues no
prazo previsto no n.º 3 do artigo 87.º do Regimento da Assembleia da República.
———