I SÉRIE — NÚMERO 89
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Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado Bruno Dias, inscreveram-se quatro Srs. Deputados para
formularem pedidos de esclarecimento. Como pretende responder?
O Sr. BrunoDias (PCP): — Responderei a grupos de dois, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, então, a palavra, para formular o primeiro pedido de
esclarecimentos, o Sr. Deputado Hélder Amaral, do CDS-PP.
O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Bruno Dias, queria
concordar com a intervenção de V. Ex.ª, no que se refere à análise do estado em que se encontram os serviços
públicos de transportes, nomeadamente na Área Metropolitana de Lisboa.
O CDS preocupa-se, e sempre se preocupou, com os utentes, com a sua segurança, com a sua comodidade
e com a regularidade do serviço que lhes é prestado, e sempre entendeu que a melhor forma de defender os
utentes é ter empresas saudáveis, bem geridas e com trabalhadores qualificados. Se elas são públicas ou
privadas é uma segunda questão, não temos nenhuma preferência.
Protestos do BE e do PCP.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Não têm, não! Já percebemos o filme!
O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Agora, Sr. Deputado, há uma coisa que importa dizer. O nosso povo diz
que à primeira cai toda a gente, à segunda cai quem quer e à terceira… Os senhores sabem do que estou a
falar.
O Partido Comunista Português é tido como trabalhador, assertivo, coerente e julgo que, nesta matéria, não
vale a pena voltarmos a ter um quinquagésimo debate e a esgrimir os mesmos argumentos.
O Sr. Deputado esteve na mesma sala onde estive, com a Sr.ª Presidente da Soflusa, com os utentes, com
o Presidente da CP e com o Presidente da EMEF, no início da governação deste Governo. A Sr.ª Presidente da
Soflusa disse — e o senhor ainda hoje o repetiu — «nós não temos pessoal suficiente em todos os setores da
empresa; não temos contrato de serviço público; não temos verbas para fazer a empresa funcionar; os barcos
vão para a manutenção, regressam ao rio e avariam, porque os cadernos de encargos são mal feitos». O senhor
ouviu isso!
O Sr. BrunoDias (PCP): — Ouvi! Até fui eu que coloquei as questões!
O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Sr. Deputado, por que razão é que, depois disso, votou a favor do
Orçamento que não resolvia nenhum desses problemas?!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Por que razão é que, depois de ouvir o Sr. Presidente da EMEF a dizer
que a EMEF não tem capacidade de resposta, o que origina a imobilização do material circulante, de que agora
o senhor fala, o senhor votou a favor de quatro Orçamentos onde não estavam previstas nenhumas soluções,
Sr. Deputado?!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, atingiu o limite do tempo de que dispunha, Sr. Deputado.
O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Depois de ouvir os utentes e os trabalhadores, de ter aprovado aqui o
PART (Programa de Apoio à Redução Tarifária) — e o CDS considerou-o uma boa ideia, ao ponto de ter votado
a proposta do PCP, de o aumentar de 80 para 104 milhões —, que cuidados teve o Partido Comunista Português