7 DE JUNHO DE 2019
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Mais: também não temos a ideia, ingénua, de que basta mudar, hoje, a lei de
bases para impedir que, amanhã, haja novas PPP. Basta que haja uma nova maioria nesta Assembleia da
República.
Por isso, não sacrifiquemos o que é essencial em torno daquilo que é acessório, por muito retórico que possa
parecer.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — É a vez do Grupo Parlamentar do PSD.
Tem a palavra, para formular perguntas, o Sr. Deputado Fernando Negrão.
O Sr. FernandoNegrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, no último debate quinzenal, que foi
a 13 de maio, perguntei-lhe sobre a dívida do Ministério da Saúde às corporações de bombeiros, que, em
fevereiro deste ano, ultrapassava os 35 milhões de euros.
Num primeiro momento, o Sr. Primeiro-Ministro disse que são sabia, que ia perguntar à Sr.ª Ministra da
Saúde. Perguntado à Sr.ª Ministra da Saúde, presumo, a Sr.ª Ministra ter-lhe-á dito e o Sr. Primeiro-Ministro
reproduziu: «A indicação da Sr.ª Ministra da Saúde é a de que a dívida está paga.»
Acontece, porém, Sr. Primeiro-Ministro, que, dias depois, o Presidente da Liga dos Bombeiros veio dizer, e
cito, textualmente: «A Ministra da Saúde enganou o Sr. Primeiro-Ministro ao dizer que já tinham pago aos
bombeiros portugueses aquilo que devem. E é mentira. O Ministério da Saúde deve mais de 35 milhões de euros
de transporte de doentes por todos os dias que fazem.»
Sr. Primeiro-Ministro, pergunto-lhe: não quer aproveitar esta oportunidade para pedir desculpa aos
Deputados e aos portugueses por ter faltado à verdade quando disse que a dívida do Ministério da Saúde aos
bombeiros estava paga?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente:— Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Negrão, há, com certeza, um erro de
informação ou do Sr. Deputado ou do Sr. Presidente da Liga dos Bombeiros.
A informação de que dispomos e que, aliás, a Sr.ª Ministra da Saúde já teve oportunidade de escalpelizar
aqui, na Assembleia da República, é que, neste momento, e com os 4 milhões de euros que foram pagos durante
o mês de maio, não há pagamentos em atraso aos bombeiros portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Fernando Negrão.
O Sr. FernandoNegrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, mantemos esta nossa divergência…
VozesdoPS: — Só essa?!
O Sr. FernandoNegrão (PSD): — … porque escalpelizei, também, a dívida com o Sr. Presidente da Liga
dos Bombeiros e outros e esta é, de facto, de mais de 35 milhões de euros. Mas teremos, com certeza,
oportunidade de manter esta discussão.
Sr. Primeiro-Ministro, recordamos bem que, em 2016, houve uma reversão do processo de privatização da
TAP, em que o Estado ficou com 50%. Isso era uma bandeira, diria mesmo, ideológica do Governo — e todos
nos recordamos disso —, sendo que o Sr. Primeiro-Ministro garantiu que «o Governo não pretende intervir na
gestão executiva da TAP» — foram estas as suas palavras.