I SÉRIE — NÚMERO 99
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O Sr. Adão Silva (PSD): — Para uma interpelação à Mesa sobre a condução dos trabalhos.
O Sr. Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, há pouco, o Sr. Deputado Miguel Santos colocou uma pergunta
ao Governo sobre matérias de saúde. Eu sei que o Governo quer responder à pergunta…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, sabemos, desde o início da sessão, que se encontram presentes alguns
secretários de Estado, mas não de todas as pastas. Portanto, tal como os grupos parlamentares, o Governo
gere o seu tempo como quer.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, a questão é que eu sei que o Governo quer responder à pergunta
do Sr. Deputado Miguel Santos, mas já não dispõe de tempo. Por isso, pergunto ao Sr. Presidente se há alguma
possibilidade de o Governo responder ao Sr. Deputado Miguel Santos, nem que seja por antecipação dos 6
minutos de que dispõe para o encerramento do debate.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já percebemos a sua ideia. Não há nenhum grupo parlamentar que esteja
disponível para conceder tempo ao Governo, pelo que, na fase de encerramento, o respetivo membro do
Governo que usar da palavra poderá responder ao que quiser. É assim que funcionam os debates na Assembleia
da República, como sabe, aliás.
Tem agora a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PS, o Sr. Deputado João Marques.
O Sr. João Marques (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, o
final da Legislatura é o momento para fazer o balanço do caminho percorrido, um balanço entre o ponto de
partida, novembro de 2015, e o dia de hoje. Foi um caminho onde o setor da saúde foi uma prioridade para o
Governo, onde a palavra de ordem foi recuperar! Sim, recuperar o SNS e os seus profissionais de quatro anos
de austeridade a que foram sujeitos pelo Governo PSD/CDS! Recuperar o SNS de um corte de 2850
profissionais, recuperar o SNS de um corte de 1300 milhões de euros no seu financiamento. Fizemos esse
caminho, por mais que o queiram aqui negar!
O setor da saúde foi aquele que registou o maior reforço de pessoal, contando hoje com mais 10 800
profissionais de que em 2015! O SNS tem hoje a maior força de trabalho de sempre: conta com mais 4000
médicos, o que representa um aumento de 16%; conta com mais 4400 enfermeiros, o que representa um
crescimento de 11%; conta com mais 1000 técnicos superiores de saúde e de diagnóstico e terapêutica.
Mas, Sr.as e Srs. Deputados, para além do reforço de pessoal, nos últimos quatro anos de Legislatura
melhorámos progressivamente as condições de trabalho para os mais de 130 000 profissionais do Serviço
Nacional de Saúde. Fizemo-lo quando repusemos os salários, o valor do trabalho suplementar e das horas
incómodas; quando repusemos as 35 horas semanais; quando descongelámos as carreiras; quando
melhorámos os incentivos à mobilidade geográfica de médicos para as zonas carenciadas, fixando mais 350
médicos. Fizemo-lo quando criámos a carreira especial de Técnico de Emergência Pré-Hospitalar e a de Técnico
Superior de Diagnóstico e Terapêutica; quando autonomizámos a carreira farmacêutica; quando revimos a
carreira de enfermagem.
Sr.as e Srs. Deputados, este é o balanço que resulta de uma recuperação persistente e gradual, feita com
sensibilidade social e responsabilidade orçamental, onde a narrativa do «está pior» e da desgraça não cola!
É uma recuperação que nos faz perspetivar um futuro melhor para o Serviço Nacional de Saúde, um futuro
que passará obrigatoriamente pelo caminho da continuidade do reforço dos profissionais, da sua formação, das
suas carreiras e das suas condições de trabalho, um futuro que garanta mais e melhores cuidados de saúde
aos portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, do Grupo parlamentar de Os Verdes.
Faz favor, Sr. Deputado.