3 DE JULHO DE 2019
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Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Muito obrigado, Sr. Deputado António Filipe, e acrescentaria
eu que, de preferência, para cumprir os tempos dos pedidos de esclarecimento também.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É a dialética parlamentar!
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Está bem, mas para a próxima Legislatura que «dialetique»
menos!
Risos.
Para responder a estas duas primeiras perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Rocha Andrade.
Faz favor, Sr. Deputado.
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, ambas as questões, que agradeço,
coincidem parcialmente, creio eu, na parte de valorizarmos…
O Sr. António Filipe (PCP): — Só em parte!
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Coincidem parcialmente, então, na parte em que valorizamos o
passado e o presente desta solução de Governo, e, Deputado António Filipe, deixe-me dizer-lhe que não só se
demonstrou naquela altura que não havia um único caminho como se rompeu um bloqueio maior, que era uma
ideia instalada de que havia um conjunto de opções expressas em eleições por uma parte significativa da
população portuguesa que, por um dogma qualquer, nunca podiam ter expressão governativa. E ainda bem que
esse dogma foi enterrado.
Agora, tal como também tentei exprimir na minha intervenção, é evidente que os partidos mantêm diferenças,
e desde logo uma diferença que é natural, isto é, que numas jornadas parlamentares do PS se peça —
desculpem lá! — para o eleitorado dar mais força ao PS. Nós, de facto, não vamos pedir para o eleitorado dar
mais força ao PCP ou dar mais força ao Bloco de Esquerda,…
Risos.
… achamos que essas missões competem a esses dois partidos e não nos queremos imiscuir no vosso
discurso nessa matéria.
Aplausos do PS.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Até levariam a mal! Até levariam a mal!
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Mas, Srs. Deputados, é evidente que há algo que está implícito
no vosso discurso — ou mesmo muito mais explícito no caso do Deputado António Filipe — que tenho de realçar
como diferença e que tentei dizer na minha declaração política: nós não achamos que cumprir as metas
orçamentais seja uma questão de fazer boa figura em Bruxelas. Cumprir metas orçamentais é a única forma de
preservar a integridade e a sustentabilidade de um Estado social e dos serviços públicos,…
Aplausos do PS.
… porque se eles não forem sustentáveis, mais tarde ou mais cedo, uma qualquer coligação de direita pode
ganhar eleições — esperemos que mais tarde! — e usar essa insustentabilidade para executar um programa de
redução e de privatização de serviços públicos. Não é um filme que nunca tenhamos visto, não é uma antestreia