I SÉRIE — NÚMERO 106
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O Sr. Duarte Alves (PCP): — Saudamos os peticionários e os autarcas aqui presentes que levaram por
diante esta petição em defesa da expansão do metro a Loures, exemplo de cidadania, participação e
envolvimento das populações.
De facto, a cidade de Loures é o único eixo de entrada e saída de Lisboa que não tem qualquer oferta de
transporte ferroviário. As populações que vivem na malha urbana que vai de Odivelas, a Frielas, a Santo António
dos Cavaleiros e a Loures precisam de ver cumprida a justa aspiração de terem o metro a servir esse eixo.
Estamos agora a celebrar os 10 anos, Srs. Deputados, desde que a então Secretária de Estado dos Transportes,
Ana Paula Vitorino — não sei se conhecem —, anunciou que, em 2015, o metro ia chegar a Loures.
Srs. Deputados, a expansão do metro para Loures beneficiaria não só as populações de Loures mas também
os habitantes de Odivelas, cidade que poderia finalmente respirar, porque com o metro até Loures muitos
deixariam de trazer o carro para Odivelas e entupir o trânsito e o estacionamento em Odivelas. Outro dos eixos
prioritários de expansão do metro é a zona ocidental da cidade de Lisboa, que continua a ser a zona de Lisboa
com piores transportes e sem qualquer oferta de metro.
Mas, em vez de apostar nestes eixos prioritários, o Governo prefere fazer uma linha circular, uma falsa linha
circular, que não vai resolver nada, que prejudica a expansão futura do metro, que prejudica os utentes de
Odivelas, do Lumiar e de Telheiras, que não serve nem sequer ao centro de Lisboa.
É uma falsa solução, que só vai causar mais problemas: enquanto, agora, se houver um incidente — um
problema — na linha Amarela, a linha Verde continua a funcionar normalmente, e vice-versa, com a falsa linha
circular, se houver problema num determinado troço, fica tudo empancado por ali abaixo, afetando toda a cidade!
O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Para o desenvolvimento dos transportes na região de Lisboa é preciso tomar
opções a pensar no futuro. Isso faz-se com mais investimento, com mais contratação de trabalhadores e a sua
valorização, faz-se com mais condições para um melhor serviço e faz-se não com falsas soluções mas, sim,
com a expansão do metro para Alcântara e até Loures, como é objetivo desta petição, como tem defendido, e
defende, o PCP, também no projeto de resolução apresentado.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para apresentar a iniciativa legislativa do PAN, tem a palavra o Sr.
Deputado André Silva.
O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Queremos congratular os peticionários
por terem trazido a debate este importante tema.
O metropolitano de Lisboa, com relevância estratégica para a mobilidade na cidade, tem assistido a um
elevado desinvestimento na rede, traduzido na falta de manutenção dos comboios e das estações e na redução
do número de trabalhadores, encontrando-se a qualidade e regularidade do serviço prestado aquém do que
seria desejável.
Em Lisboa, as estatísticas indicam que entram na cidade aproximadamente 370 mil veículos por dia, o que
lhe valeu o título de cidade mais congestionada da Península Ibérica, sendo por isso essencial que sejam
tomadas medidas que contribuam para a melhoria dos transportes coletivos e que, em consequência, permitam
a redução da utilização do transporte individual.
É fundamental a implementação de um novo modelo de mobilidade urbana, mais assente no transporte
público, que permita cidades descarbonizadas e com melhor qualidade de vida. Assim, para além do necessário
reforço de meios humanos e requalificação das estruturas existentes, recomendamos a expansão da rede do
metropolitano para outros concelhos e zonas da cidade, como Loures, Sintra e a zona ocidental da cidade de
Lisboa, nomeadamente Alcântara, Ajuda e Belém, medida essencial para a redução do tráfego rodoviário e para
o reforço da mobilidade sustentável, medida chave para a transição da descarbonização da economia.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para apresentar a iniciativa legislativa do PSD, tem a palavra o Sr.
Deputado Carlos Silva.