6 DE JULHO DE 2019
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O Sr. Carlos Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Saúdo os mais de 33 000 cidadãos,
alguns deles aqui presentes, que subscreveram a petição que reclama a expansão da rede de metropolitano a
Loures.
Olhando para o histórico deste tema, importa recuar a 2009, quando o Governo socialista, pela mão da então
Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, hoje Ministra do Mar, prometeu, com pompa e
circunstância, a expansão do metro a Loures. Dez anos depois, o mesmo Governo socialista esqueceu-se do
que prometeu e opta por um projeto que prejudica severamente centenas de milhares de utentes da linha
Amarela, criando uma espécie de carrossel circular para turistas na Baixa de Lisboa, quebrando o acesso direto
que existe hoje em dia às zonas a norte da 2.ª Circular, como Lumiar, Telheiras, Santa Clara, Odivelas e Loures,
ao impor-lhes transbordos na ligação ao centro de Lisboa, que, hoje em dia, não necessitam de efetuar mas que
vão passar a existir, levando à diminuição do número de comboios diretos para o centro de Lisboa, o que fará
disparar o tempo médio entre comboios dos cerca de 4 minutos atuais para, no mínimo, 9 minutos.
Ainda a propósito da necessidade de realizar transbordos, não pode o Governo considerar que se trata de
um falso problema ou de uma falácia a sua existência quando os utentes vêm de Odivelas e considerar uma
mais-valia o seu fim quando os utentes têm origem em Cascais. Nesta, como noutras matérias, este Governo
socialista tem vários pesos e várias medidas, criando portugueses de 1.ª e portugueses de 2.ª.
O Governo, ao optar pela linha circular, adia, sine die, soluções que verdadeiramente podem servir a
mobilidade na região, nomeadamente a expansão à zona ocidental da cidade de Lisboa, bem como o levar o
metropolitano para uma zona negra do ponto de vista do transporte ferroviário, como é a região de Loures, com
a possibilidade de servir todas as populações da região Oeste que, hoje em dia, apenas têm como alternativa a
rodovia e o transporte individual, e essa mesma rodovia se encontra extremamente congestionada.
A solução do Governo não serve a mobilidade dos cerca de 2,8 milhões de cidadãos que residem nos
concelhos limítrofes e na própria cidade de Lisboa, que, após um investimento de 265 milhões de euros, em vez
de verem melhorada a sua acessibilidade e mobilidade, pelo contrário, veem esta situação prejudicada.
Registamos, pois, com preocupação que um projeto estrutural desta dimensão não tenha sido submetido ao
parecer Conselho Superior de Obras Públicas e que o Partido Socialista e o Governo tenham desistido de
procurar uma solução que colha o consenso alargado da sociedade, de forma a dar estabilidade e continuidade
ao investimento.
Nestes termos, tendo em consideração a gravidade e sensibilidade do tema e com o propósito de impedir
um erro trágico que custará muito caro aos portugueses, o Grupo Parlamentar do PSD propõe a suspensão da
construção da linha circular ou «carrossel» no centro de Lisboa que se proceda à realização de estudos técnicos
e de viabilidade económica para a futura expansão do metropolitano ao concelho de Loures e à zona ocidental
de Lisboa.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, antes de passarmos ao próximo orador inscrito, peço-
lhe o favor de anotarem a sugestão que tenho para lhes apresentar.
Dado que continua a não aparecer nos monitores o registo eletrónico da presença, sugiro ao Srs. Deputados
que, no quadro do sistema de informação ao Plenário, possam clicar nas ligações e encontrarão, na tabela das
Ligações, a janela relativa às presenças na reunião em curso já registadas. Os Srs. Deputados farão o favor de
aí verificar se a vossa presença eletrónica já está registada; se o não estiver, sugiro que reiniciem o processo.
Obrigado pela vossa atenção.
Para apresentar a iniciativa legislativa do Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Pires.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, o Grupo Parlamentar
do Bloco de Esquerda quer saudar as mais de 30 000 pessoas que assinaram esta petição, que é da maior
importância, e saudar também autarcas, moradores e trabalhadores do metro de Lisboa que se encontram, hoje,
nas galerias.