20 DE JULHO DE 2019
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Relativa aos Projetos de Resolução n.os 572/XIII/2.ª (BE) e 692/XIII/2.ª (PCP) [votados na reunião plenária
de 10 de março de 2017 — DAR I Série n.º 62 (2017-03-11)]:
Os Deputados do Partido Socialista abaixo assinados abstiveram-se no Projeto de Resolução n.º 572/XIII/2.ª,
apresentado pelo Bloco de Esquerda, destinado a criar um plano plurianual para o fim das propinas nas
instituições de ensino superior públicas, e votaram contra o Projeto de Resolução n.º 692/XIII/2.ª, de iniciativa
do Partido Comunista Português, que recomenda o fim das propinas no ensino superior público, não
representando este sentido de voto a discordância com muitos dos princípios enunciados na parte deliberativa
das propostas.
Desse modo, reconhecem os Deputados signatários da presente declaração, de forma clara e inequívoca,
que é necessário desonerar, progressivamente, os estudantes do ensino superior público e os seus familiares
do pagamento do valor devido de propina, procurando, desse modo, garantir uma maior igualdade no acesso e
frequência desse nível de ensino. Foi nesse sentido que, nesta Legislatura, foi já dado um sinal muito relevante
com o congelamento sucessivo do teto máximo de propina do primeiro ciclo, com a introdução de um sistema
de faseamento para o pagamento das propinas e com o reforço de apoios e medidas de ação social escolar.
A sociedade deve privilegiar a preocupação com os estudantes do ensino superior, nomeadamente com a
garantia da possibilidade de ingresso e de término dos seus estudos. Contudo, é necessário que sejam criadas
condições para que essas garantias sejam obtidas de forma permanente e sem comprometer o financiamento
do sistema de ensino superior e das suas instituições.
É, por isso, relevante que o Estado português possa continuar empenhado numa visão de fundo para o
ensino superior que, não colocando e causa o financiamento deste sistema nem o contrato de confiança
celebrado com as instituições, cumpra os preceitos plasmados na Constituição da República Portuguesa, com
a noção de que a qualificação avançada é um instrumento imprescindível ao desenvolvimento do tecido
produtivo nacional.
Os Deputados do PS, Ivan Gonçalves — João Torres — Diogo Leão.
[Recebida na Divisão de Redação em 30 de julho de 2019].
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Relativa ao Projeto de Lei n.º 476/XIII/2.ª (PCP) [votado na reunião plenária de 31 de março de 2017 — DAR
I Série n.º 71 (2017-04-01)]:
Os Deputados do Partido Socialista abaixo assinados votaram contra o Projeto de Lei n.º 476/XIII/2.ª, de
iniciativa do Partido Comunista Português, que suspende o regime de atualização do valor das refeições e do
alojamento nas instituições do ensino superior público, não representando este sentido de voto a discordância
com muitos dos princípios enunciados na parte deliberativa da proposta.
Reconhece-se, de forma clara e inequívoca, a necessidade de desonerar, progressivamente, os estudantes
do ensino superior público e os seus familiares de muitos dos custos de frequência desse nível de ensino. Foi
nesse sentido que, nesta legislatura, foi já dado um sinal muito relevante com o congelamento sucessivo do teto
máximo de propina do primeiro ciclo, com a introdução de um sistema de faseamento para o pagamento das
propinas e com o reforço de apoios e medidas de ação social escolar.
Relativamente à atualização do valor das refeições e do alojamento nas instituições do ensino superior
público, a verdade é que tal só está em causa porque o atual Governo promoveu, no final de 2016, um acordo
na concertação social para aumentar o salário mínimo nacional dos 535 para os 557 euros, um aumento de 5%
que entrou em vigor no início de janeiro e abrange cerca de 600 000 trabalhadores. Contudo, a bondade do
aumento do salário mínimo nacional não pode sacrificar a, também desejável, manutenção da estabilidade dos
preços que os estudantes pagam para acesso às refeições nas cantinas sociais e ao alojamento nas residências.