I SÉRIE — NÚMERO 108
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Este diploma é inovador, será a primeira vez que teremos legislação sobre esta matéria na ordem jurídica
portuguesa. É importante que consigamos dar esse passo para ficar em linha da dimensão europeia sobre este
mesmo tema.
Parece-nos que, com estas três pequenas alterações, não se alteram substancialmente as posições de
nenhum grupo parlamentar e lograremos, ainda que carecendo de futuro desenvolvimento e de futuro
aprofundamento, completar um objetivo que esta Câmara se propôs no quadro da sua atividade de reforço da
transparência e de robustecimento da qualidade da democracia e das suas instituições.
Portanto, apelamos aos grupos parlamentares presentes a que possam abordar estas três pequenas
alterações com essa filosofia, procurando responder à preocupação expressa pelo Sr. Presidente da República.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Nuno Magalhães, do Grupo
Parlamentar do CDS-PP.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Concluímos, hoje, um longo
processo, que foi, de resto, iniciado por força de uma proposta do CDS, no sentido de Portugal, à semelhança
dos demais Estados da União Europeia — e até da Europa —, poder ter uma regulamentação específica em
relação ao que se denomina comummente «atividade de lóbi».
Foi um processo moroso no âmbito da Comissão da Transparência, foi um processo que, repito, foi iniciado
por uma proposta apresentada pelo CDS — a que, depois, os outros grupos parlamentares se juntaram —,
amplamente debatida, amplamente discutida, com muitas entidades ouvidas, e, já no final da Legislatura, foi
possível chegar a um texto minimamente comum entre os vários grupos parlamentares ou, pelo menos, parte
deles.
Tendo sido enviado, como é de lei, pelo Sr. Presidente da República uma mensagem — que hoje procuramos
ir ao encontro — sobre a devolução, sem promulgação, do Decreto da Assembleia da República n.º 311/XIII,
destacaria, pelo menos, dois tipos de reparos ou, melhor dizendo, dois tipos de comentários.
Primeiro, refere a mensagem do Sr. Presidente da República vê com apreço a iniciativa do Parlamento de
impor transparência à existência de grupos de pressão organizados — este é o primeiro comentário, ou seja,
sublinha aquilo que o CDS sempre disse sobre a importância de esta atividade ser regulamentada —, mas
preferia que pudesse ter não só um âmbito e uma aplicação maior, aplicando-se, nomeadamente, à própria
Presidência da República e também aos representantes da República das regiões autónomas e, ao mesmo
tempo, ter um registo mais rigoroso, do ponto de vista da declaração de interesses.
Pois bem, aquilo que apresentámos, juntamente com o Grupo Parlamentar do Partido Socialista, foi um
conjunto de propostas que visam, nem mais nem menos, e de forma prudente, de forma realista, ir ao encontro
das preocupações do Sr. Presidente da República.
Assim podemos ter a regulamentação devida desta atividade, assim podemos ter, com a incorporação das
preocupações do Sr. Presidente da República, essa mesma atividade e isso, para o CDS, é que é fundamental,
que Portugal, a partir de hoje, último dia desta Legislatura, passe a ser um país da União Europeia, à semelhança
de todos os outros, que tem uma regulamentação específica sobre esta matéria.
Não vemos, de facto — como foi aqui dito, e bem, pelo Sr. Deputado Pedro Delgado Alves —, nenhuma
alteração substancial que mude o sentido de voto dos vários grupos parlamentares, razão pela qual, esperamos
nós, poderemos, no final da Sessão Legislativa, no final da Legislatura, passar a ter em Portugal maior
transparência, maior fiscalização e, finalmente, um regime que possa regulamentar o lóbi, como, desde o início
— e há mais de dois anos —, o CDS propõe.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Álvaro Batista, do Grupo
Parlamentar do PSD.