I SÉRIE — NÚMERO 110
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Este caso e as várias peripécias que foi conhecendo compõe o cardápio habitual do Partido Socialista. É um
filme de terror político cujo guião é tão hollywoodesco que parece impossível. Esta trama tem de tudo: complô,
conspiração, abuso de poder, condicionamento da justiça, propaganda e até efeitos especiais.
São os pecados não mortais, como se sabe, mas habituais de um PS além de qualquer redenção.
Infelizmente, é o costume.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Chegámos, assim, ao final do ponto 2 da nossa ordem de trabalhos, ponto base para
esta reunião. Seguem-se as votações, que serão certamente rápidas mas infelizes, na medida em que
votaremos vários votos de pesar.
Peço ao Sr. Deputado Duarte Pacheco para ler o Voto n.º 883/XIII/4.ª (apresentado pelo CDS-PP) — De
pesar pela morte do Prof. Doutor Diogo Freitas do Amaral.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«A morte de Diogo Pinto de Freitas do Amaral deixa luto a democracia portuguesa, que ajudou a fundar e a
consolidar.
O fundador do CDS foi fundamental na constituição e implantação da democracia, trazendo, com a sua forma
clara, calma e corajosa, os princípios da democracia-cristã europeia para o debate político nacional. Foi, aliás,
o primeiro a defender a integração no projeto europeu, logo a 19 de julho de 1974, na fundação do CDS.
Foi também fundador, com Francisco Sá Carneiro e Gonçalo Ribeiro Teles, da Aliança Democrática, em
1979.
Notável jurista, professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa e depois fundador e primeiro diretor
da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, dedicou-se, desde a época mais conturbada, a dar o
seu contributo a Portugal, que serviu como Deputado constituinte, Deputado à Assembleia da República,
Conselheiro de Estado, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Vice-Primeiro-Ministro e Primeiro-Ministro interino,
no VI Governo Constitucional, Ministro da Defesa e Vice-Primeiro-Ministro, no VII Governo Constitucional, e
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, no XVII Governo Constitucional.
A sua candidatura à presidência da República, em 1986, foi um momento histórico na política democrática
portuguesa.
Diogo Freitas do Amaral foi igualmente reconhecido internacionalmente, tendo sido eleito Presidente da 50.ª
Assembleia Geral das Nações Unidas.
Após o seu voto, em 1992, a favor do Tratado de Maastricht, Diogo Freitas do Amaral desfiliou-se do CDS.
Não obstante, participou nas comemorações dos 40 anos do CDS, tendo afirmado: «Se, a dada altura, o partido
caminhou mais para o centro-direita e eu mais para o centro- esquerda», todos se mantiveram «honestamente
dentro do amplo espectro abrangido pela democracia cristã europeia e mundial», «todos podemos, pois, olhar-
nos, falar-nos e cumprimentar-nos uns aos outros sem qualquer embaraço ou desconfiança. Continuamos
irmãos, embora separados».
A Assembleia da República apresenta as mais sentidas condolências à sua família, amigos e discípulos,
assim como a profunda homenagem a Diogo Freitas do Amaral, um dos fundadores da democracia, um homem
de Estado, um notável académico e uma figura fundamental da democracia-cristã europeia».
O Sr. Presidente: — Vamos votar este voto, apresentado pelo CDS-PP.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS, do BE e do CDS-PP e abstenções do
PCP e de Os Verdes.
Vamos agora passar ao Voto n.º 884/XIII/4.ª (apresentado pelo PS) — De pesar pelo falecimento de João
Gaspar.
Para ler este voto, tem a palavra a Sr.ª Secretária da Mesa, Sandra Pontedeira.
A Sr.ª Secretária (Sandra Pontedeira): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor: