10 DE OUTUBRO DE 2019
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Portanto, como ecologistas que trazem a paz no seu ADN, parece-nos que é tempo de olhar para a nossa
Constituição e, sobretudo, olhar para o que diz o seu artigo 7.º, onde se afirma expressamente que Portugal
preconiza a dissolução dos blocos políticos e militares, em vez de se continuar a dar prioridade às manobras da
NATO.
Por fim, gostaria de dizer que importa, agora, criar as condições necessárias para que a justiça e os órgãos
de investigação criminal possam realizar o seu trabalho sem quaisquer constrangimentos, ou seja, que consigam
apurar todos os factos que envolveram este caso, que é grave, mas também apurar todas as responsabilidades,
inclusivamente se o ex-Ministro da Defesa Azeredo Lopes prestou ou não falsas declarações na Comissão de
Inquérito sobre o furto do material de Tancos.
No entanto, recordo que o Sr. Azeredo Lopes continua a gozar da presunção da inocência porque ainda não
foi objeto de qualquer julgamento que tenha transitado em julgado.
Sobre esta matéria, também importa recordar que Os Verdes valorizam muito o princípio constitucional que
nos vai garantindo uma clara separação entre aquilo que é matéria judicial e aquilo que é matéria política.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa não regista inscrições. Segundo me parece, só o CDS-PP e o
PS é que ainda não intervieram, uma vez que o PSD usará da palavra no fim, como é habitual neste tipo de
debates.
Portanto, entre o CDS-PP e o PS, alguém terá de usar da palavra. O Presidente da Assembleia da República
agradece. Senão, passo a palavra ao PSD, para o encerramento do debate.
Pausa.
Não pode haver vazios nem impasses no Parlamento — vazios de tempo e impasses de tempo.
Parto do princípio de que, se ninguém se inscrever, é porque estão de acordo que dê a palavra ao Grupo
Parlamentar do PSD para encerrar o debate.
Pausa.
Se ninguém se opõe a que seja assim, então, será assim.
Vou dar a palavra ao Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. CarlosCésar (PS): — Sr. Presidente, dá-me licença que use da palavra?
O Sr. Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. CarlosCésar (PS): — Sr. Presidente, é só para dizer que vamos usar da palavra de modo a
proporcionar a que o CDS, como o partido mais votado, possa intervir neste Plenário.
O Sr. TelmoCorreia (CDS-PP): — Veja lá se não lhe cai um dentinho!
O Sr. Presidente: — Tem, pois, a palavra o Sr. Deputado Filipe Neto Brandão para uma intervenção.
O Sr. FilipeNetoBrandão (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A Comissão Permanente da
Assembleia da República reúne hoje para abordar uma matéria que, estando confiada ao poder judicial, deveria
aí tramitar com a serenidade, respeito e independência que aquele reclama.
Só a antevisão de um resultado eleitoral desastroso — que se viria, aliás, a confirmar — pôde justificar que
responsáveis políticos tenham querido aproveitar aquilo que é hoje um processo criminal para o tentar converter
em arma de arremesso político, para mais entrando em deploráveis processos de intenção e insidiosos
julgamentos de caráter.
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Muito bem!