O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8 DE MAIO DE 2020

29

como qualquer um de nós, e aquilo que obteve foi uma resposta à altura de um grande campeão nacional e de

um grande jogador da nossa Seleção.

Aplausos do PS, do BE e do PAN.

De facto, é ter muito mau perder quando, depois de levar um «baile» do Quaresma, a única resposta que

teve para dar foi dizer-lhe que, sendo jogador da Seleção Nacional, só tinha obrigação de estar calado. Não! O

direito à palavra e o direito de opinião é uma liberdade de todos: sua, do Quaresma, minha ou de quem quer

que seja.

Aplausos do PS e do BE.

O Sr. Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, do

Iniciativa Liberal.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, Sr.

Primeiro-Ministro, vou voltar à TAP, porque achava que já tinha ouvido as versões todas, mas hoje aprendi mais

uma.

Já tinha ouvido a versão utilitária, que acho que é a dos representantes do Estado, que, suponho, continuam,

com toda a confiança do Governo, na própria empresa, que estão desesperados, querem dinheiro sob forma de

financiamento, dinheiro propriamente dito, garantias do Estado.

Já tinha ouvido a versão mais militante, sem surpresas, do Ministro da tutela, que quer o Estado a mandar

já. Portanto, só não sabemos se a nacionalização será feita até ao fim do ano ou algum tempo depois disso.

Hoje, ouvimos a versão poética, consubstanciada nesta frase extraordinária que o Sr. Primeiro-Ministro disse

aqui: «Haja o que houver, a TAP voará com as cores nacionais.» Isto está na fronteira do populismo, permita-

me que lho diga, Sr. Primeiro-Ministro. «Haja o que houver» é uma expressão seriíssima e grave. Depois, as

razões que dá são as seguintes: tem de servir a diáspora, tem de garantir a continuidade territorial, tem de ser

geoestrategicamente relevante e tem de favorecer a criação de um hub. Devemos já ter muita pena de países

como os Estados Unidos da América, a Austrália, a Áustria, a Bélgica, a Espanha, a Suíça, que não têm

companhias nacionais, Sr. Primeiro-Ministro. Ou mesmo do Reino Unido ou dos Países Baixos que não só não

têm companhias nacionais, como têm dos maiores hubs aeroportuários que há no mundo. Devemos já ter pena

deles!

Então, digo-lhe só, Sr. Primeiro-Ministro, que lhe dou oportunidade para corrigir esta expressão, porque «haja

o que houver» não é, com certeza! Se custar 2000 milhões de euros, o que é muito provável nos próximos anos,

uma entrada na TAP, vamos fazê-la à mesma e vamos gastar dinheiro dos contribuintes? E se forem 4000 ou

5000, será «haja o que houver», Sr. Primeiro-Ministro? «Haja o que houver», vai existir uma TAP com

participação de dinheiro público?

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para responder.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, agradeço o elogio à

imagem poética.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Não era bem um elogio!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Tocou a sua emoção e, depois de o ter ouvido aqui no 25 de Abril, sei que é um

homem de emoções.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Já sabia antes!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Queria sublinhar o seguinte: se nós tivéssemos a dimensão do mercado interno

dos Estados Unidos, se calhar podíamos prescindir do que temos; se nós tivéssemos a posição geográfica de

Páginas Relacionadas
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 51 40 Vamos, agora, votar, na generalidade, o Projet
Pág.Página 40