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I SÉRIE — NÚMERO 22

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promover a criação de mais e melhor emprego, eliminar a pobreza no trabalho, impulsionar o aumento do salário

mínimo, travar as desigualdades salariais.

Até ao início do presente ano, a economia portuguesa crescia, a cinco anos, acima da média da zona euro

e tínhamos uma das melhores taxas de desemprego das últimas décadas. A verdade é que tudo mudou e

tivemos de ter a capacidade de responder à crise pandémica de modo a atenuar as suas consequências,

assegurando a manutenção do emprego, apoiando as famílias e protegendo as empresas.

Em 2020, os apoios extraordinários que foram criados por este Governo abrangeram 2,23 milhões de

pessoas e 151 000 empresas, com mais de 2100 milhões de euros; foram criadas medidas extraordinárias para

responder ao momento que atravessamos; 895 000 trabalhadores foram abrangidos pelo layoff; foram apoiados

53 000 sócios-gerentes; o complemento de estabilização foi pago a 334 000 trabalhadores, entre outras medidas

de apoio a estes, aos seus rendimentos, às suas famílias, à sua qualidade de vida.

Em 2021, há que manter o rumo, aumentando ainda mais o foco na proteção do emprego e no reforço do

Estado social. Uma das medidas extraordinárias criadas foi o incentivo à normalização da atividade e o apoio à

retoma: foram aprovados 48 000 pedidos, que abarcaram 485 000 trabalhadores, e foram pagos 272 milhões

de euros. Esta medida foi e é determinante para as empresas recuperarem as suas atividades, para os

trabalhadores manterem os seus vínculos, para garantir o emprego jovem e para a diminuição do desemprego.

Por isso, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista apresenta, neste Orçamento do Estado, uma proposta

para a criação, alteração ou prorrogação, no âmbito da pandemia da COVID-19, do apoio extraordinário à retoma

progressiva da atividade de empresas em situação de crise empresarial, com a redução do período normal de

trabalho, estabelecendo limites aos despedimentos e à distribuição de dividendos, com a suspensão da

caducidade dos contratos coletivos e impondo um salário mais justo e equitativo para todos.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Há uma nova inscrição, o que, com certeza, aumentará os níveis de tolerância de VV. Ex.as relativamente a algumas hesitações da Mesa.

Para intervir no âmbito da proposta 1419-C, de aditamento de um artigo 136.º-A — Garantia dos salários por

inteiro, tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira, do PCP.

A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, a todos os trabalhadores tem de ser garantido o salário por inteiro, e é esta a proposta que o PCP apresenta.

Não aceitamos e rejeitamos qualquer tipo de corte nos salários dos trabalhadores, seja por via do layoff, seja

com o recurso a qualquer outro instrumento ou mecanismo que para tal seja utilizado.

Defender o emprego e os salários dos trabalhadores é fundamental para assegurar aos trabalhadores

condições para enfrentarem o momento que vivemos, mas também para travar impactos negativos atuais e

assegurar a retoma da atividade económica.

Nesta mesma proposta, o PCP cria um fundo público de apoio ao pagamento dos salários para as micro,

pequenas e médias empresas (MPME) em situação de crise. Os dinheiros públicos não podem ir para as mãos

dos grupos económicos, como aconteceu com o layoff e com outros instrumentos, têm, sim, de servir para

garantir os direitos e os salários dos trabalhadores e apoiar as MPME.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — No mesmo âmbito, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ofélia Ramos, do PSD.

A Sr.ª Ofélia Ramos (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, estamos perante um exemplo claro e manifesto da falta de estratégia e de coerência do Governo.

Pergunto à bancada socialista: como é que é possível que o Governo se tenha esquecido de prever o

prolongamento do apoio à atividade económica? Isto é inconcebível! O Governo devia ter contemplado este

apoio na proposta de lei e esqueceu-se!