25 DE NOVEMBRO DE 2020
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essencialmente composto por ativos imobiliários não afetos à atividade comercial, industrial ou agrícola, para,
assim, nivelar com as outras formas jurídicas societárias as regras de tributação, eliminando as oportunidades
de planeamento fiscal e de desigualdade injustificada, por exemplo, com as sociedades por quotas.
É mais uma proposta do Partido Socialista que acresce às marcas de justiça social e de promoção de uma
economia justa com igualdade no tratamento dos contribuintes, que caracterizam a proposta de lei de
Orçamento do Estado.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendes, a palavra é de V. Ex.ª.
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, acompanhei, naturalmente, com bastante atenção e interesse, o debate e permitam-me que me refira, em
nome do Governo, a três pontos, em particular, na medida em que estou a olhar, por exemplo, para o Sr.
Deputado José Luís Ferreira e, na minha intervenção inicial, referi exatamente as propostas que o Sr.
Deputado aqui salientou e que me parecem muito importantes para a preservação das bases tributáveis.
Quanto à questão posta pela Sr.ª Deputada Cecília Meireles sobre o cumprimento do prazo para entrega
das candidaturas ao Programa APOIAR, queria apenas confirmar que, amanhã, através do Balcão 2020,
estarão disponíveis as entregas de candidaturas. Foi esta a informação que obtive ainda durante o debate.
Quanto à questão que o Sr. Deputado Emídio Guerreiro colocou, queria dizer-lhe que compreendo o que
diz, mas gostaria que também pudesse refletir sobre o enquadramento do fim das isenções em ISP que
estamos a fazer. Acho, aliás — perdoem-me a imodéstia —, que é um bom exemplo daquilo que devem ser as
transformações fiscais mais estruturantes. Ou seja, há três anos consecutivos que estamos a eliminar as
isenções que são prejudiciais ao ambiente e escolhemos exatamente a eliminação das isenções de ISP.
Começámos pela produção de eletricidade por carvão e coque de carvão e temos a consciência de que, à
medida que vamos tendo essa evolução, vamos atingindo mais setores, setores que queremos que mudem
comportamentos e que possam transitar para energias mais limpas. Como o Sr. Deputado sabe, no ano
passado introduzimos o gás natural e, sendo que ainda mantinha 90% de isenção, este ano, dentro da
trajetória definida, a isenção mantém-se em 80% — portanto, não é uma eliminação total da isenção, pois este
ano mantém-se em 80% — e alargámos, dentro do gás natural, à cogeração.
Tudo isto está a ser feito de forma a dar previsibilidade aos agentes económicos para uma transição que é
inevitável fazermos, mas queremos que seja uma transição justa.
Protestos do Deputado do PSD Emídio Guerreiro.
Nós não interrompemos a trajetória que tínhamos definido e, por isso, estamos paulatinamente a fazer a
eliminação dos subsídios prejudiciais ao ambiente.
Srs. Deputados, percebo a discussão que possa existir entre a preservação do ambiente e a preservação
da economia…
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Seja sério!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais: — … e, por isso, temos de fazer algo equilibrado. E esta trajetória que temos vindo a seguir, repito, desde 2018, é uma trajetória equilibrada, mas
que visa exatamente uma transição justa e estou convencido de que responde bem àquilo que são os desafios
que o País tem relativamente à transição energética e à alteração climática.
Protestos do Deputado do PSD Emídio Guerreiro.
Gostaria, ainda, de fazer uma referência à intervenção do Sr. Deputado Afonso Oliveira quanto à questão
dos pagamentos por conta e permitam-me, Sr.as e Srs. Deputados, que, relativamente a essa questão, possa