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27 DE NOVEMBRO DE 2020

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Só chegámos aqui, porque o Parlamento nunca foi capaz de definir uma norma que dissesse que não há

transferências antes de o Parlamento decidir. Só chegámos a este ponto, porque o Novo Banco se fartou de

«embrulhadas» que este Parlamento impediu de investigar, como a das campanhas eleitorais, entre outros.

Protestos do Deputado do BE Jorge Costa.

Isto leva a que os portugueses hoje, lá fora, desconfiem grandemente do Novo Banco. Há um défice de

confiança e isso não foi o Bloco de Esquerda que criou, nem o PSD, nem o Chega, nem o Iniciativa Liberal. Foi

o Partido Socialista e o Governo.

Por isso, o Chega não impedirá esta proposta de avançar hoje. Fica claro que a proposta pode ter

consequências, mas o PS tem de se recordar que não governa sozinho nesta democracia representativa que

temos em Portugal.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles, do CDS-PP, para uma intervenção.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, queria apenas lembrar o que já disse na minha intervenção. Há espaço e há tempo para que o Governo proceda à auditoria e apresente nova proposta de

autorização ao Parlamento, como, aliás, disse que ia fazer.

O que não é aceitável é ouvirmos, sistematicamente, o Governo dizer que precisa de mais informação, que

vai mandar para aqui, que vai mandar para ali, que é preciso mais isto e mais aquilo, e nunca falar em contrato.

E depois, quando realmente aparece uma proposta que, basicamente, pretende aquilo que o Governo andou a

dizer durante estes tempos, diz que, afinal, há um contrato para cumprir.

Há, de facto, um contrato para cumprir, mas das duas, uma: ou não se está a passar nada no Novo Banco,

o contrato é para cumprir e eu não percebo, com toda a franqueza, o que andou o Governo a dizer durante estes

dois anos; ou, então, há, de facto, um problema e ele tem de ser resolvido. Não é resolvido depois de o contrato

ter terminado, é resolvido a tempo de perceber se afeta ou não o cumprimento do contrato.

É tão cru quanto isto. Há tempo para isso. Haja é vontade política do Governo em resolver o assunto, em vez

de criar uma crise política.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem agora a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, do Iniciativa Liberal, para uma intervenção.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, ouvir a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua dizer, por duas vezes, que o que está em causa não é impedir a transferência, é impedir a transferência antes do resultado

da auditoria, prova que o verdadeiro objetivo do Bloco de Esquerda não é o estar à espera da auditoria, mas

criar um facto político que embarace o Governo.

Não sou suspeito de ter vergonha ou medo, ou receio, ou falta de vontade de embaraçar o Governo. Mas, se

era isso que queriam, porque é que não propuseram que a transferência dependesse da aprovação desta Casa,

como nós propusemos já várias vezes?

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Não propusemos?!

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — E os senhores também!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E qual foi o resultado?

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Porque é que não o fizeram agora? Porque é que nós propusemos ao Bloco de Esquerda uma comissão de inquérito onde essas matérias estão incluídas? Porque é que não se

exigiu ao Tribunal de Contas um prazo mais célere para aprovar a proposta?

Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.