7 DE JANEIRO DE 2021
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Neste momento, já existe disponibilidade destes equipamentos, mas, obviamente, é fundamental que esta
se mantenha e que não haja quaisquer falhas no seu fornecimento, mas o importante a retirar daqui é a
preocupação dos cidadãos para a aplicação destas regras. Cabe ao Governo garantir que são tomadas todas
as medidas de proteção social, económica e sanitária das pessoas, cabe ao Parlamento fiscalizar e cabe a
cada um de nós garantir o cumprimento destas regras, que protegem vidas e que aceleram a possibilidade de
voltarmos a ter alguma normalidade e, também, uma recuperação socioeconómica.
É, de todo, um equilíbrio que se exige, mas também se exige coerência nas medidas, um compromisso que
temos de assumir com as pessoas para que não falhemos enquanto sociedade. E, porque os resultados
epidemiológicos demonstram uma nova e preocupante subida de infeções, este não é o tempo para
desanimar, é o tempo de continuar a fazer o esforço que todos temos de fazer no combate a este vírus.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Mariana Silva, do Grupo Parlamentar do PEV.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As minhas primeiras palavras são dirigidas aos mais de 4000 peticionários que assinaram a petição «Máscaras para todos — uso obrigatório de
máscara facial na comunidade», logo no início da pandemia, demonstrando a preocupação com todos e
referindo que o uso da máscara poderia ser uma forma de diminuir o contágio e, assim, combater a COVID-19.
Apesar de esta petição ter dado entrada há já algum tempo, o desenvolvimento da pandemia veio impor um
conjunto bastante alargado de restrições e de alterações no dia a dia de todos, que exigem esta consideração.
Com o evoluir do conhecimento da doença, a própria Direção-Geral da Saúde, tendo em conta as
indicações da Organização Mundial de Saúde, recomendou o uso de máscara como complemento de
proteção, mas nunca substituto de outros comportamentos determinantes.
Nos dias de hoje, a utilização de máscara tornou-se mesmo obrigatória em espaços interiores e sempre
que não seja possível manter o distanciamento físico no exterior.
O número de pessoas que passaram a fazer uso regular de máscara aumentou e, com este
comportamento de proteção e segurança, aumentaram também, infelizmente, a produção de mais resíduos.
Visto que, desde outubro de 2020, o uso de máscara deixou de ser uma recomendação e passou a ser
obrigatório em algumas situações, Os Verdes consideram que é necessário criar as condições para que todos
os portugueses tenham acesso a máscaras que servem de proteção pessoal e coletiva, e sem a qual ficam
impedidos de circular e de interagir em determinadas situações.
Assim, para que «ninguém fique para trás» e com as dificuldades económicas que as famílias enfrentam
hoje, seria mais correto e, sobretudo, mais justo que o Estado cumprisse com o seu papel e distribuísse
máscaras sociais por todos, contribuindo também para que o material descartável não continue a crescer e
para que não se estejam a criar novos problemas.
No entanto, esta, que foi uma proposta que Os Verdes apresentaram para constar do Orçamento do
Estado de 2021, uma proposta que teria um reduzido impacto orçamental, foi rejeitada com os votos contra do
PS, do CDS, do Iniciativa Liberal e a abstenção do PSD e do Chega, todos muito preocupados com o
ambiente e com a saúde dos portugueses, mas tal só acontece quando essa preocupação se reflete na
economia das grandes empresas.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Magalhães, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. José Magalhães (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de transmitir as saudações do Grupo Parlamentar do PS aos peticionários e peticionárias e a todos aqueles e aquelas que se
identificam com as suas ideias e com as suas propostas, que nos foram transmitidas, como já foi observado,
há bastante tempo, num momento de que quase não nos lembramos. Eles foram ouvidos no mês de junho por
uma delegação de Deputados e Deputadas e, por essa altura, ainda havia uma polémica significativa sobre
este tema.
A verdade é que, no princípio, não havia máscaras. Portugal teve de as importar em condições todas
viradas para o mercado externo e conseguimos — trata-se de uma vitória coletiva do tecido empresarial