9 DE JANEIRO DE 2021
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bullying e da promoção da mediação de conflitos em contexto escolar. Passos que nem sempre podem ser de
gigante, mas que têm sido dados e que queremos que sejam passos seguros.
Só quem já entrou numa sala de aula e se viu perante rostos expectantes compreende a emoção que existe
em ensinar, compreende a importância do ato de ensinar como passaporte para uma idade adulta mais realizada
e plena, a descoberta da magia especial da luz de uma sala onde nos encontramos connosco e com o futuro de
todos.
Entretanto, reassumiu a presidência o Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Claúdia Santos (PS): — Estou a terminar, Sr. Presidente. Direi apenas que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista reitera aqui o seu agradecimento profundo a
todos os professores e educadores do nosso País. Muito obrigada.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Catarina Rocha Ferreira, do Grupo Parlamentar do PSD.
A Sr.ª Catarina Rocha Ferreira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Permitam-me começar por dirigir os meus cumprimentos aos senhores peticionários, que trazem a esta Casa um assunto da maior
relevância: a crescente e sucessiva violência que ocorre em relação aos professores no exercício das suas
funções.
Apesar de 2020 ser um ano atípico em termos de números, trata-se de uma questão que, além de grave, é
intolerável e inadmissível.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Rocha Ferreira (PSD): — E tem, aliás, consequências inevitáveis para o nosso futuro coletivo. Vejamos: aquele aluno que, hoje, não vê autoridade no professor, será em breve um cidadão adulto
que, eventualmente, terá também filhos. Com base em que valores os irá educar?
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Catarina Rocha Ferreira (PSD): — Aquele aluno que, hoje, desrespeita o professor e, em princípio, terá um dia um trabalho, irá respeitar os seus superiores hierárquicos?
Aquele aluno que, hoje, agride um professor, como irá lidar, um dia mais tarde, com outros agentes de
autoridade?
Este problema da violência e das agressões contra professores, por parte dos alunos, e, por incrível que
pareça, como acontece, até por parte de pais, é uma situação que nos deve fazer refletir com muita seriedade,
até porque tem origem num local que deveria ter como principal função preparar os alunos para o futuro. Que
cidadãos estamos a preparar, no nosso País, para o futuro?
É a própria Constituição da República Portuguesa que estabelece que assegurar o ensino é uma tarefa
fundamental do Estado, tarefa essa que tem de ser assumida em todas as suas abrangências, o que,
naturalmente, engloba a criação de condições de segurança a todos os intervenientes no âmbito do espaço
escolar.
Para esse efeito, é fundamental garantirmos que as nossas escolas e salas de aula sejam locais seguros e
a última coisa que podemos permitir é que se transformem em escolas de crime.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!