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I SÉRIE — NÚMERO 45

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que achincalhamos e insultamos, mas de uma pessoa que, podendo ter uma opinião diferente, merece respeito

porque também representa cidadãos portugueses.

Aplausos do PS.

Deve ser esse o padrão num debate parlamentar.

A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Muito bem!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Em segundo lugar, Sr. Deputado Carlos Peixoto, podemos olhar para

a realidade e discordar quanto a ela. Não podemos é criar uma realidade paralela, diferente. Temos direito a

argumentos diferentes, não temos o direito de criar factos diferentes e factos diversificados.

O Sr. Deputado revê a história com regularidade, quinzenalmente. Mas quando vimos a este debate,

aparentemente, o Sr. Deputado esquece-se do que, no passado, entendemos, consensualmente, que seria

adequado para gerir a pandemia. O que é que, obviamente, acontece? Os factos, infelizmente, evoluem. Os

factos, infelizmente, tornam-se piores. Felizmente, temos acesso a mais informação do que aquela que

tínhamos, mas, nem sempre, temos os resultados que gostaríamos.

Porquê? Porque o conhecimento da doença, o conhecimento da sua evolução, o aparecimento de novas

estirpes, a forma como a doença se propaga, obviamente, implica que, no dia a dia, seja necessário rever

medidas e adaptar medidas de confinamento mais fortes, do que as que, no passado, todos concordávamos

que eram aceitáveis.

Todos, nesta Câmara, concordámos que o desconfinamento no período do Natal era relevante para dar

espaço à economia para esta respirar. E, obviamente, todos concordámos porque sabemos — como aqui foi

bem recordado pelo Srs. Deputados António Filipe e Moisés Ferreira, há pouco — que o País sofre imensas

dificuldades. Tendo tido a possibilidade, que considerávamos que era vislumbrável e possível, naquele

momento, de também ajudar a economia e dar-lhe uma oportunidade para respirar, todos concordámos com

ela.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — E em que é que isso contraria o que disse?!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Naturalmente, hoje, sabemos que, se calhar, deveríamos ter feito

diferente. Hoje, temos dados que não tínhamos na altura, mas procurar sublinhar isso, todas as semanas, como

um erro, quase como que uma vontade de fazer mal por parte do Governo, é que não nos parece sério, na

perspetiva deste debate, e, por isso, esperamos uma forma diferente de intervir neste debate.

Aplausos do PS.

Em terceiro lugar, Sr. Deputado Carlos Peixoto, mais uma vez, também podemos olhar para o processo de

vacinação e ver nele apenas problemas. Podemos procurar transformar aquilo que é minoritário e

extraordinariamente problemático… E, para que não haja qualquer dúvida, qualquer abuso, por parte de

qualquer cidadão, que tente de alguma forma manipular ou passar à frente nas prioridades de vacinação é

inaceitável para qualquer cidadão decente deste País.

Aplausos do PS.

Mas fazer desses casos, que, felizmente, são pontuais e são a exceção, a regra que caracteriza um processo

de vacinação, que está a decorrer da forma como está planificado, que, nalguns aspetos, até está a decorrer

com uma cobertura que supera a de alguns dos nossos parceiros europeus e que todos sabemos que padece

de uma dificuldade estrutural, que tem a ver com o acesso às vacinas, que não é um problema português, é um

problema da União Europeia, que tem a ver com aquilo que já antevemos que possa vir a ser um problema no

acesso às agulhas, que o Sr. Deputado referia, que não é hoje um problema, mas que pode vir a sê-lo daqui a