12 DE FEVEREIRO DE 2021
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de Lei n.º 608/XIV/2.ª (PS, PSD, BE, PCP, CDS-PP, PAN e PEV) — Ingresso extraordinário na carreira
parlamentar de trabalhadores em cedência de interesse público, na AR, iniciada antes da entrada em vigor da
Lei n.º 23/2011, de 20 de maio, não foram atribuídos tempos para discussão.
Assim sendo, vamos entrar no período das votações regimentais.
Pergunto se todos os grupos parlamentares e Deputados estão em condições para iniciar as votações.
Pausa.
Começamos, então, pelo Projeto de Voto n.º 455/XIV/2.ª (apresentado pelo PS) — De pesar pelo falecimento
de Bruno Navarro.
Peço à Sr.ª Vice-Presidente Edite Estrela o favor de proceder à respetiva leitura.
A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor:
«Bruno Navarro faleceu no passado dia 30 de janeiro. Tinha 43 anos.
Historiador, professor, investigador e presidente do Conselho Diretivo da Fundação Côa Parque, Bruno
Navarro nasceu em Coimbra, a 27 de agosto de 1977, tendo realizado os seus estudos secundários em Vila
Nova de Foz Côa.
Licenciou-se em História pela Universidade de Lisboa, onde fez um mestrado em História Contemporânea.
Concluiu depois o seu doutoramento na Universidade Nova, onde foi professor, exercendo também a docência
no Instituto Superior de Ciências Educativas.
O seu trabalho como investigador foi objeto de vários reconhecimentos, tendo vencido o prémio O Parlamento
e a República, atribuído pela Assembleia da República; o Prémio de História Contemporânea — Dr. Victor de
Sá, atribuído pelo Conselho Cultural da Universidade do Minho; e o prémio República e Academia, atribuído
pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.
Bruno Navarro era, desde 2017, presidente do Conselho Diretivo da Fundação Côa Parque, instituição que
gere o Museu e o Parque Arqueológico do Vale do Côa, um bem Património da Humanidade, reconhecido pela
Unesco.
Em julho do ano passado, Bruno Navarro promoveu uma homenagem ao atual Secretário-Geral da ONU,
António Guterres, por ter sido o político português que, em 1995, tomou a decisão de assegurar a salvaguarda
do património rupestre, considerado o maior santuário do paleolítico ao ar livre do mundo.
O mandato de Bruno Navarro na Fundação Côa Parque constituirá sempre um marco na história da
instituição e na região do Vale do Côa, resultante da elevada competência, dedicação e paixão com que exerceu
o cargo. A Fundação Côa Parque é hoje uma referência no País e lá fora.
Em setembro de 2020, foi eleito formalmente como membro da Direção da Ciência Viva.
Bruno Navarro deixa-nos cedo de mais, mas deixa-nos um excecional legado na cultura, na ciência e no
ensino e, sobretudo, um exemplo de humanismo e bondade. E é esse legado que também aqui importa
reconhecer.
Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República manifesta o seu pesar pelo falecimento de
Bruno Navarro e transmite as suas condolências à sua família.»
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de
voto que acaba de ser lido.
Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.
Informo a Câmara de que estão presentes, na galeria, familiares de Bruno Navarro, a quem, em nome da
Assembleia da República, apresentamos as nossas sentidas condolências.
Srs. Deputados, na sequência da votação a que acabámos de proceder, vamos respeitar 1 minuto de silêncio.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.