9 DE ABRIL DE 2021
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(Deputada não inscrita Joacine Katar Moreira) [votados na reunião plenária de 25 de março de 2021 — DAR I
Série n.º 52 (2021-03-26)]:
Pela erradicação da pobreza e por um futuro de prosperidade
Todos os anos, o frio dentro de casas impossíveis de aquecer agrava o número de mortes no inverno em
Portugal. Neste último e trágico inverno esta verdade foi, infelizmente, reconfirmada.
Em outubro de 2020, o PSD, no âmbito do Conselho Estratégico Nacional, apresentou o seu Programa
Estratégico e dos Fundos Europeus para 2030. No pilar da sustentabilidade apresentámos uma estratégia
nacional de eficiência e suficiência energética, incluindo três subprogramas: um subprograma específico de
melhoria do desempenho energético dos edifícios do Estado; um subprograma específico de melhoria do
desempenho energético para as empresas (agrícolas, indústria e de serviços); e um subprograma específico de
combate à pobreza energética das famílias. Os três subprogramas cruzavam política de habitação, política de
apoio a empresas, estratégia a longo prazo para a renovação de edifícios e erradicação de pobreza. Para os
três tínhamos previsto um total de 3 mil milhões.
No subprograma de apoio às famílias propusemos que o Estado financiasse a 100% obras em 150 mil
habitações de famílias de baixos rendimentos. Com esta medida não só reduziríamos a despesa em energia
destas 150 mil famílias, como melhoraríamos a qualidade de vida destas pessoas.
Em novembro de 2020, na sequência desta definição estratégia, o PSD propôs uma alteração ao Orçamento
do Estado de 2021 para direcionar o Programa Edifícios Mais Sustentáveis no sentido da erradicação da pobreza
energética, focando-se particularmente no apoio aos idosos isolados. A nossa proposta passava por identificar
as situações mais frágeis de pobreza através da tarifa social de energia e, com o apoio das autarquias, executar
obras de beneficiação das habitações. Estas obras teriam dois objetivos: primeiro, melhorar o comportamento
térmico da envolvente exterior do edificado (vãos, paredes exteriores e cobertura) e segundo, introduzir
equipamentos para a produção descentralizada de energia renovável. Estes dois tipos de alterações, além de
melhorarem o conforto térmico e permitirem uma poupança efetiva nas faturas energéticas, permitiriam que os
nossos mais frágeis não se abstivessem de aquecer a casa no inverno por falta de dinheiro.
Esta nossa proposta obteve os votos favoráveis de todas as bancadas, excetuando a abstenção do PCP e o
voto contra do PS. Foi, assim, chumbada pelo PS.
Em 25 janeiro de 2021, voltámos a apresentar a nossa proposta como recomendação ao Governo.
Acrescentámos o pedido para estudar o impacto de benefícios fiscais para as pessoas que executassem este
tipo de obras nas suas habitações. Estas pessoas receberiam benefícios fiscais sem precisar de candidatura,
porque estariam a contribuir para as metas de renovação do edificado a que Portugal se propôs quando aderiu
ao Acordo de Paris.
Sucederam-se às nossas propostas uma da Deputada Cristina Rodrigues (28 de janeiro), uma do PAN (2 de
fevereiro), uma do BE (24 de fevereiro), uma do PS (8 de março), uma de Os Verdes (11 de março) e uma da
Deputada Joacine Katar Moreira (12 de março). Anunciámos que votaríamos todas as propostas favoravelmente
até porque a grande maioria eram recomendações, sem compromissos de metas nem definição clara de
prioridades. Infelizmente, o PS voltou a votar contra a nossa proposta que, com a abstenção do BE, voltou a ser
reprovada.
Serve esta declaração para repetir um alerta: em política as intenções não bastam. É preciso coragem para
definir prioridades, metas e custos. Apesar destas posições incompreensíveis do Partido Socialista, o Partido
Social Democrata continuará empenhado em marcar uma agenda reformista para Portugal, definindo, com
equidade, prioridades claras, metas possíveis e custos reais, pela erradicação da pobreza e por um futuro de
prosperidade.
O Grupo Parlamentar do PSD.
[Recebida na Divisão de Redação em 7 de abril de 2021].
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Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.