I SÉRIE — NÚMERO 55
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O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Deputado, não estão nesse debate mas deviam estar. Não estão nesse
debate mas continua por responder — e o Governo, seguramente, poderá responder agora — uma pergunta
muito simples: por que motivo é que essa tal menos complexidade, mais simplicidade, sem retirar o escrutínio,
só faz falta para projetos com financiamento comunitário? Só faz falta para projetos no âmbito da mal chamada
descentralização, da desresponsabilização do Estado para as autarquias? Só faz falta para determinadas áreas
prioritárias, assim consideradas pelo Governo PS, e para o resto da vida do País já não faz falta nenhuma?!
Essas questões são, de facto, substanciais e o Sr. Deputado do PS e os outros Deputados do PSD
consideraram que não estão nesse debate. Mas é um debate que continua a ser necessário, é, inclusive, um
debate que continua a fazer falta, sobre a troca do interesse público como critério por um critério mais indefinido
da ponderação de todos os créditos públicos e privados em presença.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado Bruno Dias, tem de concluir.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Termino, Sr. Presidente.
É por isso que eu digo que quem não está neste debate devia estar. É pena!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Ainda em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Secretário de
Estado da Presidência do Conselho de Ministros André Caldas.
O Sr. Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Deputados: Não julgava usar da palavra, mas não resisto a responder à interpelação direta que o Sr. Deputado
Bruno Dias me faz, até pelo respeito que o Sr. Deputado me merece.
Sr. Deputado, é evidente que adapta a sua leitura da proposta à construção da narrativa que convém à
retórica parlamentar, porque aquilo que o Governo aqui apresentou foi, por um lado, um conjunto de prioridades
que tem um regime, mas não deixou de apresentar as outras exposições simplificadoras que passam a integrar
o código, e que merecem uma discordância circunstancial também do Partido Social Democrata e de outros
partidos, que respondem àquilo que deve ser a regra geral da contratação pública em matérias que, porventura,
não sejam prioritárias. E não foi o Governo, foi esta Assembleia que acompanhou essa proposta, que veio a ser
aprovada por esta Assembleia.
Esta é a explicação: há prioridades que devem ter um regime, há outras matérias de contratação que devem
ter outro regime, como regra.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Terminamos, assim, este ponto da nossa ordem de trabalhos.
Apresentamos cumprimentos ao Sr. Secretário de Estado André Caldas e passamos ao último ponto da nossa
agenda de hoje, que consiste na apreciação da Petição n.º 7/XIV/1.ª (Julieta Areal e Silva Calvet da Costa e
outros) — Armadilhas NÃO: proibir fabrico, posse e venda de armadilhas para aves, em conjunto com os Projetos
de Lei n.os 625/XIV/2.ª (PAN) — Promove a interdição do fabrico, posse, utilização e venda de artefactos
tendentes a capturar aves silvestres não sujeitas a exploração cinegética e 651/XIV/2.ª (PEV) — Determina a
proibição do fabrico, venda, compra, utilização e importação de armadilhas e outros artefactos utilizados para
captura ilegal de aves silvestres, na generalidade, e com os Projetos de Resolução n.os 863/XIV/2.ª (BE) —
Recomenda ao Governo a implementação de medidas que visam a proteção das aves silvestres não cinegéticas
e 994/XIV/2.ª (PSD) — Proteção das aves silvestres não cinegéticas pelo reforço das medidas de monitorização,
sensibilização e fiscalização.
Para dar início a este debate, tem a palavra o Sr. Deputado André Silva, do PAN.