16 DE ABRIL DE 2021
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O PCP tem afirmado que é fundamental investir nas condições necessárias para abrir em segurança as
portas da cultura e da atividade artística em geral. Mais do que prolongar o encerramento de um conjunto
significativo de atividades, o que se impõe é criar as condições para dinamizar a atividade cultural.
Tendo votado favoravelmente o Projeto de Resolução n.º 1069/XIV/2.ª, do CDS, que recomenda ao Governo
o planeamento e antecipação do desconfinamento no setor da cultura, o PCP sublinha que é preciso tomar as
medidas alternativas ao confinamento para que ele acabe e não se repita, garantindo o funcionamento em
segurança. A opção não pode ser «confina, desconfina, volta a confinar», não podendo ser o voto favorável
entendido como qualquer abertura nesse sentido.
Assim, a opção que serve os interesses do País e do povo português é uma intervenção forte e determinada
em que para além das normas de proteção sanitária já adotadas, se desenvolva em três direções: testagem
massiva, definindo critérios e prioridades rigorosas; rastreio de todos os novos casos e dos contactos por estes
realizados, com reforço dos profissionais da estrutura de saúde pública; garantia de vacinação rápida de todos.
Acresce dizer ainda que o PCP considera que o incentivo à digitalização subjacente ao projeto de resolução
em causa apenas pode ser visto como uma ferramenta que acresce ao acesso à criação e fruição cultural, nunca
podendo a experiência intermediada digitalmente substituir a integralidade da experiência criada e fruída
diretamente.
Mais ainda, considera o PCP que é necessário e urgente promover e estimular a criação e a fruição cultural
com todas as condições de segurança, aumentando as possibilidades, ocasiões e formas de apresentação,
exigindo que o Governo tome todas as medidas necessárias para recuperar os danos registados no tecido
cultural e artístico, bem como na formação da cultura integral de todos.
Assembleia da República, 13 de abril de 2021.
As Deputadas do PCP, Ana Mesquita — Paula Santos.
[Recebida na Divisão de Redação em 14 de abril de 2021].
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O Grupo Parlamentar do PAN absteve-se na sessão plenária do dia 8 de abril de 2021 relativamente à
votação do Projeto de Resolução n.º 1069/XIV/2.ª (CDS-PP) — Planeamento e antecipação do desconfinamento
no setor da cultura.
O Grupo Parlamentar do PAN defende, e tem vindo a defender, que é necessário apoiar o setor da cultura,
nomeadamente os milhares de trabalhadores afetos a este setor, onde se incluem muitos/as trabalhadores/as
precários/as que não estão a conseguir aceder aos apoios disponibilizados pelo Governo para minimizar os
efeitos da crise pandémica.
No entanto e relativamente a este projeto de resolução do CDS-PP, o PAN decidiu abster-se devido à
referência, no seu ponto 4, aos zoológicos e delfinários, equipamentos onde os animais são expostos e
explorados como forma de entretenimento ou para satisfazer a curiosidade dos humanos, em condições que
não permitem a manifestação do seu reportório natural ou o direito a viver, não garantem o seu bem-estar nem
podem, no nosso entender, ser considerados equipamentos culturais.
Embora reconheça que os animais albergados nestes equipamentos necessitam de cuidados e que é
necessário assegurar que não sejam afetados pela crise em resultado das medidas de combate à pandemia, o
PAN opõe-se a qualquer tipo de exploração animal e não apoia a captura e reclusão de animais neste tipo de
equipamentos ou outros, fora do seu habitat natural e muitas vezes em condições degradantes, pelo que,
embora concordemos com o princípio desta proposta, não podemos concordar com a inclusão destes
equipamentos no âmbito dos apoios ao setor cultural.
Defendemos a reconversão dos zoológicos e delfinários em espaços didáticos, com recurso, por exemplo, a
imagens virtuais de animais selvagens, como já está a ser desenvolvido em alguns locais, e o investimento em
programas de conservação de espécies e dos seus habitats naturais, em vez do recurso à criação em cativeiro
e utilização de animais selvagens para entretenimento de crianças e adultos, que não resolve o grave problema
do declínio da biodiversidade no nosso planeta.