I SÉRIE — NÚMERO 66
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repartição de esforços equilibrada e, ao mesmo tempo, sem confundir os debates sobre respostas
extraordinárias — como a do projeto em apreciação — e os debates de fundo sobre opções de política de
habitação.
Ora, se subscrevemos a importância do debate sobre a avaliação da prorrogação do apoio ao arrendamento
— aliás, uma avaliação e um debate que faremos em altura própria, possivelmente por iniciativa do Governo,
até julho — e os méritos do projeto, ao suscitar, de forma pertinente, a relevância de continuar a apoiar o esforço
das famílias e de os portugueses saberem com que apoios podem contar, o que, certamente, é fonte de
preocupação, também é verdade que há um conjunto de objetivos deste projeto que versam matérias que são
combates importantes mas que têm a ver com questões de fundo e de opção de política pública.
O combate aos efeitos nefastos e excessivos da especulação e os custos incomportáveis da habitação para
as famílias, o combate à precariedade e informalidade do mercado de arrendamento, que são também combates
importantes, aos quais temos respondido com opções de fundo de política pública, excedem o âmbito de um
projeto sobre prorrogar ou não apoios extraordinários, na fase excecional que o País atravessa.
Por exemplo, a solução encontrada pelo projeto do Bloco de Esquerda para a estabilidade do mercado de
arrendamento e para a luta contra os excessos especulativos — e é, obviamente, uma dificuldade crónica e
estrutural que conhecemos — ser, na verdade, o regresso a uma lógica de congelamento de rendas até 2025,
que, no passado, não provou promover estabilidade, não só nos levanta as maiores dúvidas como também não
é a opção de política pública que sempre assumimos, como todos sabem, que é a de que a intervenção do
Estado, e uma forte intervenção, se faça através da criação de um parque habitacional público. Esta é a forma
de o Estado intervir e ter uma participação no mercado de arrendamento, esta é a nossa opção de política
pública.
Por isso, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o Grupo Parlamentar do PS tem dado sempre uma resposta à
medida das necessidades de estabilidade e de apoio às famílias e ao comércio durante a pandemia, mas
ajustada à maior ou menor gravidade dos momentos que atravessamos.
Estaremos cá, naturalmente, para o debate, sendo necessário, e faremos a avaliação sobre aprofundar
apoios, ponderar novas soluções de aplicação de medidas, porque o País precisa. Estaremos nesse debate,
obviamente, com novas soluções e esperamos que também em convergência com partidos de esquerda, como
na nova agenda de direitos da habitação. Assumiremos essa responsabilidade porque, como sabemos, temos
um Governo e um Grupo Parlamentar do Partido Socialista que preconizam uma opção…
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Vou terminar, Sr.ª Presidente. Como dizia, assumiremos essa responsabilidade porque temos um Governo e um Grupo Parlamentar do
Partido Socialista que preconizam uma opção de políticas públicas de habitação, em Portugal, com uma
intensidade e um investimento que nunca antes aconteceram no nosso País.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Almeida, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Relativamente a esta iniciativa do Bloco de Esquerda o que há a dizer é que, efetivamente, o Bloco de Esquerda tenta, mais uma vez,
em matéria de habitação, apresentar uma solução que lembra outros tempos, mas que, até por lembrar outros
tempos e ter durado tanto tempo, tem o seu resultado perfeitamente conhecido, ou seja, o congelamento de
rendas não é, nunca foi e nunca será uma solução para equilibrar o mercado habitacional.
Temos um problema de carência e de dificuldade no cumprimento que resulta não de um desequilíbrio no
funcionamento do mercado mas da existência de uma pandemia. Existe uma pandemia, que teve consequências
na vida das pessoas e que dificulta, em muitos casos, o cumprimento de obrigações ou o acesso a habitação,
em termos genéricos. Portanto, é por aí que se tem de resolver o problema.