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I SÉRIE — NÚMERO 79

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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Fiz um elogio à forma como a vacinação está a decorrer, embora

registando que a coisa melhorou substancialmente no momento em que os senhores retiraram o comissário

político que estava à frente da matéria para pôr o Sr. Almirante Gouveia e Melo.

Protestos de Deputados do PS.

Esse foi um momento decisivo. Se calhar, era uma boa reflexão para o PS, em termos de comissários

políticos em geral. Bem, às vezes, não é boa ideia.

Sr.ª Deputada, respondo à sua questão concreta, e que é muito importante. Há uma crítica que não encaixa,

de todo, na minha bancada e no CDS, que é a afirmação de qualquer tipo de negacionismo. É verdade que

houve, na minha opinião, algum negacionismo nesta Câmara. E o negacionismo não consiste só em indivíduos

disfarçados de bisonte a tentarem invadir parlamentos. Não é preciso chegar a esse grau para concluirmos que

temos negacionismo, que há vários tipos de negacionismo.

Protestos de Deputados do PS.

Quando, por exemplo, algumas bancadas à esquerda, ao centro, ao centro-direita e à direita votaram

sistematicamente contra os estados de emergência, estavam, de alguma forma, a negar a relevância da

pandemia, mas isso nunca aconteceu com o CDS.

Protestos do Deputado do PCP João Dias.

Sr. Deputado, o problema é que abrir exceções para a política é sempre um erro, porque perde-se autoridade

quando se permite à política o que não se permite aos outros. E foi por isso que criticámos não a organização,

porque o PCP organizado é, mas a oportunidade da Festa do Avante!

Protestos de Deputados do PCP.

O que o Iniciativa Liberal fez este fim de semana não só retira qualquer legitimidade crítica a quem criticou

outros no passado, como é igual em pior, porque não teve sequer a capacidade de organização, mais ou menos

soviética, que teve o PCP.

Sr.ª Deputada, era o mesmo que haver um partido em Portugal que se chamasse «partido democrático» e

dissesse que «os únicos democratas somos nós». Não é por nos reclamarmos da liberdade que temos a

liberdade como um exclusivo, porque é evidente que a liberdade é um direito de todos aqueles que a defendem.

Para nós, Sr.ª Deputada, doutrinariamente, há uma diferença — e permita-me que puxe pela doutrina do meu

partido — entre aquilo a que chamamos de livro arbítrio, que é o exercício da liberdade baseada num conceito

de responsabilidade, e o puro individualismo. É que o puro individualismo, o «eu posso fazer o que eu quero»,

acaba por dar em negacionismo e pode comprometer, obviamente, outras pessoas e as suas vidas.

E é isso que digo sobre alguns eventos, designadamente até sobre os eventos futebolísticos. São grandes

argumentos dizerem «vamos fazer um evento à noite para demonstrar que a restauração deve estar aberta» ou

«vamos fazer um evento para demonstrar que em Portugal está tudo perfeito», e até podem ser eventos

relevantes para aquelas pessoas, mas podem, depois, comprometer dias, semanas ou meses da vida dos

empresários, dos hotéis, do turismo e da restauração.

Por isso, não é um exercício de liberdade, é, na minha opinião, um exercício de irresponsabilidade, e, desse

ponto de vista, estou de acordo consigo, Sr. ª Deputada.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Vamos dar início aos pedidos de esclarecimento ao Governo.

A Mesa registou a inscrição, para esse efeito, de 13 Srs. Deputados, ao quais o Governo responderá,

primeiro, a seis e, depois, a sete.

O primeiro a fazer o seu pedido de esclarecimentos é o Sr. Deputado Rui Cristina, do PSD.