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19 DE JUNHO DE 2021

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O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia, do CDS-PP.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Cláudia Bento, se calhar, da forma mais

simples e mais direta, e em relação às suas duas perguntas mais concretas, começaria por lhe responder «sim»

e «sim». Mas não chega, convém explicar porquê.

Procurando explicar porquê, quero dizer-lhe o seguinte, Sr.ª Deputada: a verdade é que, quando me pede

uma avaliação da postura do Governo, há uma coisa a que o Governo e o Partido Socialista já nos habituaram

— e aí são, de facto, os melhores do mundo — que é à propaganda!

Protestos da Deputada do PS Sónia Fertuzinhos.

A propaganda constante não falha nunca, mesmo quando a situação mandaria ter alguma modéstia e alguma

prudência.

Assim, e desse ponto de vista, vale a pena dizer aqui, e designadamente lembrar o Sr. Secretário de Estado,

que, dirigi essa expressão à Sr.ª Ministra da Saúde, desejando-lhe boa sorte num momento crítico, na véspera

das primeiras medidas sérias que tivemos de tomar e fi-lo com toda a sinceridade, e fá-lo-ia hoje outra vez para

ela, para si e para os seus colegas que estão no Governo.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Isto porque não há um Governo do Partido Socialista, nem há um Governo

de outro partido qualquer, os senhores, às vezes, é que veem as coisas assim. Acho que há um Governo da

Nação e se as coisas correrem bem ao Governo correm bem à Nação, para mais numa altura de pandemia e

de enorme dificuldade.

Este é o nosso sentido de responsabilidade nacional, por assim dizer, para com a nossa comunidade

enquanto um todo. É a forma como vemos as coisas, com sinceridade.

De resto, Sr.ª Deputada Cláudia Bento, convém lembrar que os nossos dois partidos, desse ponto de vista,

foram sempre responsáveis.

A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Oh!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Nunca faltou o apoio essencial, designadamente na aprovação dos

estados de emergência, para que o Governo o pudesse fazer e adotar as medidas.

Diz-nos, depois, o Governo que tomaram muitas medidas e que foram sempre muito decididos e muito

corajosos e muito coerentes. Ó Sr.ª Deputada, estamos ambos lembrados, penso eu: as máscaras eram

contraproducentes, era para usar e depois passou a ser obrigatório na rua.

Quanto à temperatura, perguntei também nessa altura ao Primeiro-Ministro…

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — No mesmo dia!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Nesse mesmo dia!

A medição de temperatura era uma péssima ideia porque a pessoa podia ter tomado um antipirético, eu, ao

contrário do Sr. Secretário de Estado, não sou médico. Era uma péssima ideia, mas passou a ser obrigatório —

nós, na Assembleia, somos controlados todos os dias, como é bem.

Quanto ao recurso ao setor privado e social, como a Sr.ª Deputada pergunta e bem, primeiro, a Sr.ª Ministra

achava que ele não era preciso para nada e desvalorizou. Mas, quando em janeiro estivemos na pior situação,

o Governo acabou por fazer um apelo ao privado e ao social para ajudar no combate à pandemia.

Ou seja, tivemos, de facto, inúmeras contradições, mas faço até a justiça de reconhecer que a situação não

é fácil e que, muitas vezes, é preciso procurar o caminho certo. Reconheci, até, o que está a correr melhor como

a questão da vacinação, mas dizer que correu tudo bem, que foi tudo perfeito, ó Sr.ª Deputada, é inaceitável

porque não corresponde à verdade.

Aquilo que devíamos recomendar ao Governo era mais humildade e mais modéstia nesta matéria.