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I SÉRIE — NÚMERO 79

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O País, numa extraordinária mobilização nacional, investiu nos equipamentos de proteção individual, reforçou

a capacidade de testagem, a capacidade de ventilação mecânica, a capacidade de rastreamento, fortaleceu a

rede de laboratórios públicos e da academia, robusteceu as instituições de saúde com mais autonomia e mais

recursos humanos, e conheceu um avanço considerável ao nível das ferramentas digitais.

O SNS tem, pois, dado provas da sua vitalidade, prontidão e capacidade de adequar e prever respostas na

prestação de cuidados de saúde aos cidadãos, muito graças à capacidade, ao esforço e sacrifício assinaláveis

de todos os profissionais de saúde. Nunca duvidámos das suas capacidades que são hoje reconhecidas por um

País agradecido.

Aplausos do PS.

Como profissional de saúde que sou procuro olhar para este período como um período de aprendizagem no

qual destaco três aspetos em particular: a consciência das nossas vulnerabilidades e das vulnerabilidades dos

outros e que só cuidamos de nós quando olharmos e cuidarmos dos outros.

Destaco também a nossa capacidade de reagirmos perante ameaças à nossa saúde, sendo que o

desenvolvimento de uma vacina num curto espaço de tempo é o maior exemplo disso.

A valorização da vida humana assente na certeza de que os avanços técnicos são cruciais, mas de nada

valem sem a humanização dos cuidados.

O conhecimento e a aprendizagem acumulada ao nível científico e ao nível operacional foram essenciais

para promover melhor organização e planeamento atempado, maior eficiência na gestão e previsibilidade nas

soluções.

É por isso essencial compreendermos os últimos 15 meses e olharmos para o percurso transformador que

Portugal e os portugueses fizeram desde o início desta pandemia provocada pela doença COVID-19. Um

percurso focado em salvar vidas e assegurar os cuidados de saúde necessários, reduzir a pressão dos serviços

e saúde e, por sua vez, controlar o índice de transmissibilidade, reforçar os meios e a capacidade, de que não

dispúnhamos, e preparar o País para a nova realidade através do cumprimento das regras sanitárias.

Neste quadro de controlo da situação epidemiológica do País é necessário encarar os próximos tempos como

decisivos para virar a página da pandemia e preparar o futuro do Serviço Nacional de Saúde para grandes

prioridades, como assegurar e promover a cobertura da vacinação a toda a população, pois a vacina é o

elemento essencial para alteração do paradigma.

O plano de vacinação para a COVID-19 resulta de um extraordinário trabalho de convergência entre o

conhecimento e a evidência científica que lhe confere solidez e consistência suficiente para se afirmar como o

caminho, e não o fim, para controlar a pandemia. Significa que, apesar de termos a arma farmacológica, não

invalida a adoção de todas as medidas, conhecidas como não farmacológicas, para controlo da

transmissibilidade do vírus.

Atualmente, temos um total de cerca de 6,9 milhões de inoculações, 4,5 milhões de pessoas com pelo menos

a primeira dose de vacina, das quais 2,6 milhões com o esquema vacinal completo, cerca de 25% da população.

Uma segunda prioridade é a gestão da incidência da matriz de risco, um modelo que está socialmente

enraizado e é percetível pela população. É essencial continuarmos a apostar no referencial que se refere à

incidência e ao R(t), trabalhando e monitorizando, obviamente, outros indicadores importantes e

complementares como é exemplo a taxa de vacinação, a testagem, a pressão sobre os serviços de saúde ao

nível de enfermaria e unidade de cuidados intensivos, as variantes e outros.

Terceira prioridade: recuperação da atividade assistencial preterida pela COVID-19, de forma a recuperar a

atividade assistencial nos cuidados de saúde primários, nomeadamente a realização de consultas presenciais,

o acompanhamento dos doentes crónicos e a referenciação para os cuidados hospitalares.

Quando comparamos períodos homólogos, o primeiro quadrimestre de 2020 com o primeiro quadrimestre de

2021, temos hoje mais de 2,4 milhões de consultas médicas nos cuidados de saúde primários. No mesmo

período, temos mais 440 000 consultas nos cuidados hospitalares e mais 39 000 cirurgias.

Embora ainda não tenhamos dados validados no mês de maio, posso dizer-vos que a evolução é muito

favorável.