I SÉRIE — NÚMERO 86
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O Sr. José Magalhães (PS): — Muito bem!
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Para terminar, Sr. Ministro e Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, queria dizer que temos uma lei de programação em execução, com mais de 5 mil promoções autorizadas, 114
milhões de retroativos pagos, um plano plurianual de admissão que está a decorrer, a par de uma estratégia
integrada que previne as manifestações de discriminação nas forças de segurança.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Concluindo e com a sua tolerância, Sr. Presidente, diria que o conceito de segurança contemporâneo se quer multidimensional, multinível, amplamente abrangente e tanto coletivo como
individual. A segurança visa, pela prevenção, antes de mais, assegurar uma paz que perdura. É essa paz que
perdura que é o nosso desígnio.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra, de novo, o Sr. Ministro da Administração Interna.
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Este debate sobre o Relatório Anual de Segurança Interna de 2020, apresentado tempestivamente e explicitado adequadamente no
final de março mas que só agora, por agenda parlamentar, veio a debate, permite-nos um grande consenso de
reconhecimento de que Portugal é um país seguro e a pandemia reforçou essa imagem de segurança.
Aplausos do PS.
É nesse quadro que devemos realçar — e comecei por aí na minha intervenção inicial —, em primeiro lugar,
o reconhecimento pelo notável trabalho das mulheres e homens que servem Portugal nas forças de segurança
e que o fizeram num contexto em que, sem deixar de cumprir todas as suas funções tradicionais, cumpriram
aquelas que o estado de emergência ou, agora, a situação de calamidade determinam.
Mas fizeram mais: desinfetaram centenas de estruturas residenciais para idosos ou hospitais, estiveram nas
fronteiras, quando as mesmas foram encerradas, estiveram a garantir o cumprimento de regras de isolamento
profilático, e fizeram-no com adequação.
Aplausos do PS.
A direita vive mal com estes resultados, a direita tem vergonha — e usam aqui essa palavra com tanta
frequência — dos bons resultados do País e das suas forças de segurança.
O Sr. Duarte Marques (PSD): — Que disparate!
O Sr. Ministro da Administração Interna: — Por isso, basta ver o que nos traz a comunicação social quando, em vários países europeus, a pandemia não se traduziu numa acalmia da conflitualidade, pelo contrário,
nesses países ela cresceu, subiu, mas em Portugal não.
Aplausos do PS.
Mas é verdade e eu disse-o aqui, que em tudo o que é criminalidade online — e a burla informática é um
caso óbvio — a dimensão da situação pandémica está associada à modelação daquilo que são os tipos
criminais.
Devo aqui dizer que a direita foi a responsável por anos, em 2011 e 2012, em que a criminalidade violenta e
grave era de 24 000 casos por ano.