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I SÉRIE — NÚMERO 8

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Já agora, dou-lhe um exemplo de uma medida que não custa nada. Só quero a garantia de que o PS e o

Governo não vão obstaculizá-la. Na semana passada aprovámos aqui, pela mão do CDS, que muito insistiu

nessa iniciativa, uma medida que o seu Governo prometeu em 2016 e nunca cumpriu, que é a conta-corrente

entre o Estado e os contribuintes, que quer dizer, basicamente, que alguém, alguma empresa, que esteja à

espera que o Estado lhe devolva o IVA (imposto sobre o valor acrescentado) que lhe é devido, não tenha que

se endividar para pagar os seus impostos ao Estado.

Só quero a sua garantia de que o Governo não vai agora obstaculizar aquilo que o PS tentou parar com o

seu voto contra.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro (António Costa): — Sr. Presidente, muito obrigado. Sr.ª Deputada Cecília Meireles, antes de mais, começo por, por seu intermédio, pedir que transmita ao líder

do seu partido e a todos os seus militantes as minhas felicitações, pois foram o único partido que não perdeu

uma única câmara, mantiveram todas as que tinham e ainda contribuíram, generosamente, para que o PSD

ganhasse cerca de mais de 40 câmaras.

Portanto, muito parabéns ao CDS por este resultado eleitoral autárquico.

Aplausos do PS e do Deputado do PSD Rui Rio.

Indo às suas questões, devo dizer-lhe que, de facto, fiquei bastante perplexo com a enorme «vergonha»

que verifiquei que os diferentes líderes partidários e os autarcas em exercício tinham em sublinhar a

importância para as diferentes localidades daquilo que Portugal contratualizou com a União Europeia, que já

não são promessas mas são obrigações contratualizadas, calendarizadas e orçamentadas, que vamos mesmo

ter de cumprir sob pena de não podermos receber a tranche seguinte dos fundos europeus.

O Plano de Recuperação e Resiliência não é uma ficção, é algo que está já contratualizado com a União

Europeia e vai mesmo ser decisivo para podermos cumprir.

Aplausos do PS.

Relativamente ao IRS e aos restantes impostos, como disse, e muito bem, segunda-feira apresentaremos

aqui mais uma proposta orçamental. Teremos amanhã um último Conselho de Ministros para a sua aprovação

e, portanto, seguramente, na segunda-feira a Sr.ª Deputada vai poder verificar quais são as propostas que

temos em matéria fiscal, mas que, no essencial, têm correspondido àquilo que já tive oportunidade de, noutra

qualidade, anunciar que seriam as nossas prioridades: o desagravamento da tributação sobre a classe média

e um forte apoio fiscal às novas gerações, em particular aos jovens, no sentido da sua autonomização.

Por fim, quanto ao crescimento económico, tem razão: quando o Orçamento foi aqui discutido, em outubro

do ano passado, ninguém previa que íamos ter um aumento gigante da pandemia no primeiro trimestre deste

ano, o que foi fortemente penalizador da nossa economia. Felizmente, os dados demonstram que nos

trimestres subsequentes temos vindo a ter um forte crescimento, sobretudo apoiado na grande resistência do

emprego, que está a ser o grande motor do nosso crescimento.

Portanto, acho que temos boas condições para ter a expectativa de, ao longo do próximo ano, já termos

recuperado e ultrapassado a situação em que estávamos em 2019, ou seja, antes do início da pandemia.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Obrigado, Sr. Primeiro-Ministro. Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.