27 DE OUTUBRO DE 2021
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A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Sim, Sr. Deputado, para melhorar. Assim haja vontade política!
O apelo que aqui faço às bancadas à esquerda, que permitiram um caminho de crescimento, de
desenvolvimento do País e de devolução de dignidade e de rendimentos aos portugueses, é que juntos
possamos continuar este trabalho na especialidade, porque lá fora os portugueses exigem isso de todos nós.
Não querem uma instabilidade política, querem prosseguir o caminho e, sobretudo, querem aproveitar o
momento da recuperação económica que se impõe a alguém que é responsável.
Aplausos do PS.
É para isso que este Orçamento serve, para relançar o País. É para isso que contamos com o Sr. Primeiro-
Ministro.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendes, beneficiando do facto de não me ter feito nenhuma pergunta,…
A Sr.ª Lina Lopes (PSD): — Oh!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — … quero simplesmente agradecer o suporte da bancada do Grupo Parlamentar do Partido Socialista à ação do Governo, incansável desde 2016, e para dizer que encontrará, da parte do
Governo,…
Aplausos do PS.
… a mesma correspondência na caminhada e na rota que traçámos em 2016: continuar a desenvolver o
País, não recorrendo à austeridade, e dar sempre um passo firme, nunca maior do que a perna, para que o
caminho seja sempre em frente e nunca tenhamos de voltar atrás.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, quando, em 2015, assinámos um acordo de Legislatura, tínhamos um ponto de partida que era claro: virar a página da estratégia de
empobrecimento seguida pelo PSD e pelo CDS.
Esse caminho foi sendo feito, sobretudo no plano da reversão dos cortes nos rendimentos do trabalho, e
estamos orgulhosos dele. Mas não ficou completo.
Há uma razão para que, apesar do caminho feito, os salários continuem estagnados, ou mesmo mais baixos
para quem, agora, inicia a sua vida profissional, para que tantos pensionistas com longas carreiras mantenham
pensões baixas e para que a perda de poder de compra se continue a acentuar. Essa é, ainda, herança direta
da troica, as regras da legislação laboral: despedimentos baratos, horas extra a preço de saldo, dias de férias e
de descanso transformados em dias de trabalho não pago, cortes sem fundamento no cálculo das pensões,
foram as regras da troica para a desvalorização interna, ou seja, para a redução estrutural dos rendimentos do
trabalho, e que permanecem.
Em 2019, o Bloco propôs ao PS um acordo de Legislatura para reverter estas regras e continuar o caminho
de recuperação do País, que iniciámos em 2015. O PS recusou. Lamentámos essa decisão, sem nunca deixar