I SÉRIE — NÚMERO 16
46
Creio que a Sr.ª Deputada não está na Sala, portanto vamos passar ao próximo pedido de esclarecimento,
com o qual concluiremos esta ronda.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Sara Madruga da Costa, do PSD.
A Sr.ª Sara Madruga da Costa (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro, esteve seis longos anos à frente do Governo. Seis anos! Nesses seis anos, não foi capaz de cumprir com a sua
palavra, não foi solidário, nem resolveu nenhum dos problemas dos madeirenses.
Não cumpriu com a sua palavra em relação ao ferry, que prometeu para todo o ano, não corrigiu a resolução
do Conselho de Ministros, nem clarificou os 50% que prometeu para o novo hospital da Madeira. Recusou todos
os pedidos de ajuda, incluindo moratórias. Não regulamentou o subsídio social de mobilidade, não avançou com
os equipamentos de deteção de turbulência no aeroporto da Madeira, nem com a remodelação das esquadras
da PSP, nem com a majoração do financiamento da Universidade da Madeira, entre muitos outros assuntos.
Sr. Primeiro-Ministro, também não assumiu aquelas que são as suas responsabilidades na Madeira. Continua
a recusar pagar o que deve de acertos fiscais e os cuidados de saúde e os medicamentos da PSP (Polícia de
Segurança Pública), da GNR (Guarda Nacional Republicana) e das Forças Armadas.
Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, seis anos depois está praticamente tudo igual! Este Governo
não resolveu nenhum dos problemas da Madeira naquelas que são as suas responsabilidades. Sr. Primeiro-
Ministro, teve várias oportunidades para resolver estes problemas, no entanto, optou por não o fazer e por
continuar a prejudicar os madeirenses.
Sr. Primeiro-Ministro, como foi capaz de virar as costas aos madeirenses? Esta é a pergunta que os
madeirenses fazem, mas que eu não vou fazer-lhe. E não vou fazê-la, porque nós sabemos muito bem porque
não quis resolver estes problemas.
Sr. Primeiro-Ministro, termino, dizendo que cá estaremos, como sempre, a reivindicar aquilo a que temos
direito e a defender, de forma intransigente, a Madeira e os madeirenses.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Nesta ronda, estava previsto haver sete pedidos de esclarecimento, mas houve apenas cinco. Pergunto se o Governo pretende que fiquemos com seis ou se dou, de imediato, a
palavra ao próximo interveniente.
Pausa.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Moniz, do PSD.
O Sr. Paulo Moniz (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, ouvi o Sr. Primeiro-Ministro com toda a atenção. E houve duas expressões que utilizou amiúde na
tribuna — «solidariedade» e «contas certas».
Além de contas certas, julgo ser muito importante que estas sejam acertadas. Em relação aos Açores, esta
proposta de Orçamento retira mais de 20 milhões de euros à dotação das transferências comparativamente ao
outro Orçamento. É certo que esta redução se funda na regra da Lei das Finanças das Regiões Autónomas.
Vozes do PS: — Ah!
O Sr. Paulo Moniz (PSD): — Contudo, apesar de ser uma conta certa, não é uma conta acertada, porque não tem em conta a enorme dificuldade económica e de desenvolvimento e de enfrentar a crise pandémica,
como os Açores o fizeram. Era uma obrigação de contas acertadas e certas ter esta consciência. Nós não somos
filhos de um deus menor. Da mesma forma que V. Ex.ª, perante a Europa, apela à compreensão e ao estímulo
económico para vencer as dificuldades, os açorianos têm a mesma legitimidade e a mesma dificuldade. O que
esperávamos de si era exatamente que, tendo isso em linha de conta, e como Primeiro-Ministro de todo o País,
reconhecesse que os 20 milhões de euros, além de virem de uma conta que é certa, não é uma conta acertada
neste objetivo e nessa justificação.