28 DE OUTUBRO DE 2021
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O Sr. Presidente: — Bom dia, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, Sr.as e Srs. Agentes da autoridade, vamos iniciar os nossos trabalhos.
Eram 10 horas e 21 minutos.
Como sabem, da ordem do dia consta a conclusão do debate, na generalidade, da Proposta de Lei n.º
116/XIV/3.ª (GOV) — Aprova o Orçamento do Estado para 2022, seguido pelo encerramento do mesmo. Por
fim, teremos as votações regimentais.
Hoje, prevejo que tenhamos de interromper a sessão cerca das 13 horas e 30 minutos, no máximo, para
haver algum tempo. Depois, teremos de continuar o primeiro ponto durante a parte da tarde, antes do
encerramento, pois já não temos tempo, durante a manhã, para o explorar e terminar.
Vou dar a palavra, para uma intervenção, ao Sr. Ministro de Estado e das Finanças, João Leão.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças (João Leão): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Apresentamo-nos aqui, hoje, com provas dadas, depois de seis Orçamentos bem-sucedidos. Seis Orçamentos
que trouxeram melhorias sucessivas à vida dos portugueses; seis Orçamentos que representaram um virar de
página de um ciclo de austeridade e de muitos sacrifícios para os portugueses; seis Orçamentos que permitiram
conciliar mais emprego e mais crescimento, com rigor, responsabilidade e contas certas.
Aplausos do PS.
Importa lembrar que há seis anos, quando assumimos funções, vivíamos num país bem diferente: a taxa de
desemprego era de 13%; a economia estava numa recessão profunda; os portugueses eram penalizados com
cortes nos salários, nas pensões, nas prestações sociais e encontravam-se sem esperança no futuro; os jovens
eram convidados a emigrar.
A nível financeiro, a situação era dramática: a dívida pública tinha aumentado 33% nos últimos quatro anos;
o País estava em procedimento por défice excessivo, o que conduziu a um processo de sanções por parte da
Comissão Europeia; todas as agências de rating classificavam a dívida portuguesa como «lixo»; o setor
financeiro encontrava-se numa situação de grande instabilidade, com vários bancos em dificuldades.
O Governo do PS assumiu um compromisso, prometeu construir uma alternativa melhor para o País e
cumpriu.
Aplausos do PS.
Cumprimos — foi isso que fizemos. Conseguimos convergir, em termos económicos, com a zona euro, em
quatro anos consecutivos. Entre 2016 e 2019, a economia portuguesa teve um crescimento médio de 2,7% ao
ano, 1 ponto percentual acima da zona euro; assegurámos o maior crescimento do emprego na Europa em
quatro anos, com mais 8,2% de trabalhadores ou mais 370 000 empregos; reduzimos a taxa de desemprego de
13% para metade, atingindo 6,6% em 2019, o que significou menos 300 000 portugueses desempregados do
que em 2015; tivemos a segunda maior redução da dívida pública da zona euro, em 15 pontos do PIB (produto
interno bruto) e o início de um caminho de confiança no futuro do País e da credibilidade externa.
Orçamento após Orçamento, mostrámos aos portugueses que responsabilidade orçamental e contas certas
não são sinónimos de austeridade. Orçamento após Orçamento construímos o caminho para o primeiro
excedente orçamental da democracia e recuperámos a nossa credibilidade externa e a estabilidade e a
segurança financeira do País.
Aplausos do PS.
Enfim, Orçamento após Orçamento, conquistámos a confiança dos portugueses que, em 2019, validaram
nas urnas esta estratégia e o caminho que queriam que continuássemos a fazer.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em 2020, o surgimento da pandemia gerou a maior crise económica
mundial, desde a II Guerra Mundial. Pela primeira vez na nossa história, enfrentámos uma crise económica de