I SÉRIE — NÚMERO 17
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O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Só que como os senhores anunciam, mas depois cativam uma parte e não executam outra, ainda podem chegar ao fim e gabar-se de não fazer retificativos!
Aplausos do PSD.
Ter 30 000 milhões para os cuidadores informais e gastar 1 milhão, dizer que se vai fazer os hospitais, de
Sintra, do Seixal, o Oriental de Lisboa, e não fazer nenhum, espantoso era se apresentasse retificativos depois
de nada fazer, face aos anúncios que aqui nos apresentou.
Mas permita-me que evidencie ainda mais o desnorte em que se viveu nos últimos dias com a crise
energética.
Ainda o Sr. Ministro da Economia não tinha acabado a entrevista a dizer que não se iria mexer na carga fiscal
sobre os combustíveis e já estava o Ministério das Finanças a rever a carga fiscal sobre os combustíveis!
O Sr. Adão Silva (PSD): — É verdade!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Enganando-o e desmentindo-o previamente. Mas ainda estava o Ministério das Finanças a dizer «Cuidado! Isto vai ser revisto de três em três meses» e
estava o Sr. Primeiro-Ministro a dizer «Não, isto vai ser revisto semanalmente!»
Risos do Deputado do PSD Adão Silva.
Isto só prova que os senhores estão completamente desnorteados perante a realidade em que estamos a
viver.
Apresentam depois um conjunto de medidas que é para português ficar enganado. Se há carga fiscal a mais,
porque é que não se baixam os impostos? Porque é que não baixa o adicional sobre o ISP (imposto sobre os
produtos petrolíferos e energéticos), em vez de criar sistemas complexos para que as pessoas depois não
acedam e para assim o Governo poder ficar com o dinheiro todo no seu lado à mesma?
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Isto não é realismo, é uma forma encapotada de fazer política. Finalmente, Sr. Ministro, como responde a todas as entidades independentes que dizem: «Nós já sabíamos
que os senhores não gostam delas». Que os senhores não gostam delas é verdade. Por isso mesmo as
procuram manietar. Não é só a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) que diz que não recebe toda a
informação do Ministério das Finanças e que por isso falta transparência, vem também a ASF (Autoridade de
Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões) ou vem a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários)
dizer que têm os seus meios coartados e que não os deixam trabalhar de forma livre, como deve acontecer com
uma entidade independente em Portugal.
Definitivamente, com este Governo, não há liberdade em Portugal.
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Filipe Neto Brandão, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, quando, há dois anos, no último dia de outubro de 2019, o Primeiro-Ministro, através
desta Assembleia, apresentou ao País o Programa do XXII Governo, afirmou textualmente. «(…) ninguém
espere — ou receie — retrocessos no progresso que já alcançámos (…) ninguém imagine — ou desconfie —