28 DE OUTUBRO DE 2021
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de incapacidade, mais de 60 anos de idade e 15 anos de carreira — alguém que aos 45 anos já tinha mais de
80% de incapacidade — e mesmo a estas pessoas vai manter um corte de 39,5%.
O Governo não responde à proposta do Bloco sobre o fator de sustentabilidade para pensões antecipadas e
não responde às pessoas com uma incapacidade, que precisam de se reformar, que têm esse direito e que não
conseguem porque o Governo mantém essas leis injustas.
O Sr. Jorge Costa (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Perguntámos pelas horas extraordinárias, mostrámos que esse corte é injusto, mostrámos que é importante para aumentar o salário médio, mostrámos que é uma conquista
republicana, mostrámos que o PS já a apoiou no passado e que já a inscreveu nos seus códigos laborais, no
passado. O Governo não responde e o que propõe é manter um corte em 130 das 150 horas extraordinárias
permitidas por lei.
Falámos em compensações por despedimento, mostrámos como são importantes, mostrámos como
resolvem o problema de trabalhadores, agora, que estão a ser despedidos na Altice ou no Santander. E o que
o Governo responde não é sobre compensações por despedimento. O Governo nem respondeu à proposta de
aproximação do Bloco de Esquerda, em que aquilo que propõe — é a proposta do Partido Socialista — são 20
dias de compensação por despedimento. O Governo responde sobre contratos a prazo, uma medida que o
Bloco de Esquerda não colocou em cima da mesa e que tem um impacto limitado.
Falámos sobre a exclusividade dos médicos. Argumentámos que os concursos estão vazios e é por isso, Sr.ª
Deputada Ana Catarina Mendes, que não há médicos.
Vozes do PSD: — Não há, não!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — É porque os concursos estão vazios e porque o público não consegue concorrer com o privado para reter esses médicos.
Provámos que o Estado gasta 500 milhões em convenções com o privado por ano, mostrámos que o Estado
gasta 130 milhões em tarefeiros por ano, mostrámos que o Estado gasta 330 milhões em horas extraordinárias
por ano e que tudo isto seria evitável se houvesse um regime de exclusividade, em que os médicos fossem
pagos e compensados para ficar em exclusividade no SNS, para acabar com a promiscuidade com o setor
privado. E tudo aquilo que o Governo nos apresenta como resposta é pagar mais aos médicos para fazerem
mais horas no público, mas a continuar a acumular com o privado.
Portanto, Sr. Ministro, sinceramente, para além de todas as perguntas que lhe coloquei no início, que têm a
ver com o Orçamento que o Sr. Ministro decidiu apresentar à Assembleia da República, o que eu gostaria era
que respondesse, uma a uma, sobre as nove propostas que o Bloco colocou para a viabilização deste
Orçamento…
Aplausos do BE.
… e que me dissesse, uma a uma, por que razão não as aceita, por que razão acha que elas não são
exequíveis, por que razão acha que não são importantes para o País.
É essa a resposta que gostaria que me desse.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes.
O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro das Finanças, como certamente estará recordado, durante a discussão do Orçamento do Estado para
2021, Os Verdes apresentaram duas propostas relativas às entidades ligadas a offshore, que foram aprovadas
por esta Assembleia.