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I SÉRIE — NÚMERO 17

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uma forma que os portugueses nunca antes tinham visto. Desde a primeira hora, respondemos à crise com

solidariedade e não com austeridade.

Aplausos do PS.

Demos apoios maciços às famílias e às empresas para as ajudar a enfrentar a pandemia. Tão importante

quanto isso, desde o início não hesitámos e comprometemo-nos a manter os apoios extraordinários enquanto a

pandemia durasse, custe o que custasse. Esta determinação deu confiança aos empresários e aos

trabalhadores para não desistirem.

Quando, há um ano, aqui apresentámos o Orçamento do Estado para 2021, muitos anunciavam o desastre

em três áreas. Disseram que o SNS (Serviço Nacional de Saúde) não estava preparado para a pandemia nem

para a vacinação, que a crise e o aumento do salário mínimo iriam fazer disparar o desemprego e a falências

das empresas, que o Orçamento dava tudo a todos, que era irresponsável e que pré-anunciava Orçamentos

retificativos e o desastre financeiro.

Pois bem, passado um ano de execução do Orçamento do Estado, qual é o balanço? Em primeiro lugar, o

Serviço Nacional de Saúde, reforçado com 30 000 profissionais, enfrentou a pandemia com determinação e

coragem e Portugal é hoje o país do mundo com maior percentagem de população vacinada contra a COVID-

19.

Aplausos do PS.

Em segundo lugar, a taxa de desemprego está hoje nos 6,4%. São menos meio milhão de trabalhadores do

que no pico da anterior crise, quando a taxa de desemprego atingiu os 18%. A taxa de desemprego, na zona

euro, estava não nos 6,4%, mas nos 8%. O nível de emprego já é o maior dos últimos 12 anos e superior ao

nível do período anterior à pandemia. Portugal conseguiu manter a sua capacidade produtiva intacta,

determinante para assegurar, agora, a rápida recuperação económica em curso.

Aplausos do PS.

Em terceiro lugar, após um ano, aqui estamos sem Orçamentos retificativos e sem crises financeiras. Aliás,

aconteceu exatamente o oposto: tivemos, neste ano, a primeira emissão de dívida pública a 10 anos com taxa

de juro negativa. São os investidores que pagam para terem a nossa dívida. No mês passado, depois de mais

de um ano de uma crise mundial profunda, gerada pela pandemia, Portugal foi dos primeiros países do mundo

a conseguir ter não uma descida do rating mas uma subida do rating da República. Estes são sinais claros de

reconhecimento das opções de política e da credibilidade internacional que o Estado português obteve.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Estamos aqui, hoje, perante um Orçamento do Estado determinante

para assegurar uma rápida recuperação da economia portuguesa e fundamental para se atingir um crescimento

económico de 5,5%, o maior das últimas décadas, que nos permita retomar a convergência económica com a

Europa — um crescimento assente no forte aumento do investimento público e privado. Prevê-se que o

investimento público cresça cerca de 30%, a taxa mais alta da União Europeia. Prevê-se, também, um forte

estímulo ao crescimento do investimento privado. O Orçamento do Estado para 2022 prevê mais 900 milhões

de incentivos a fundo perdido, através do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), para financiar o

investimento privado em inovação, na descarbonização da indústria, na digitalização e nas qualificações do

tecido empresarial português.

Vamos também lançar o novo incentivo fiscal à recuperação, que permitirá às empresas deduzir até 25% dos

investimentos realizados em sede de IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas). Prevemos, ainda,

a eliminação do pagamento especial por conta, com vista ao alívio dos encargos das PME (pequenas e médias

empresas). Para recapitalizar as empresas mais afetadas pela pandemia, vamos dotar o Fundo de Capitalização

e Resiliência, gerido pelo Banco Português de Fomento, com 1300 milhões de euros. O Banco Português de

Fomento será ainda capitalizado com mais 250 milhões de euros para implementar o programa InvestEU, que

visa capitalizar as empresas e promover os investimentos verdes.