6 DE NOVEMBRO DE 2021
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Aplausos do PCP e do PEV.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma declaração de voto, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Silva, do Grupo Parlamentar de Os Verdes.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, os efeitos do processo das alterações climáticas fazem-se sentir um pouco por todo o mundo, com impactos ambientais, sociais e económicos de
enorme gravidade.
Os Verdes assumiram, há muitos anos, a luta contra o que se designava por aquecimento global, mesmo
sozinhos e sujeitos à crítica dos «velhos do Restelo».
A obtenção de acordos internacionais tem sido difícil, com os países que mais emitem gases com efeito de
estufa a fugir às suas responsabilidades de ação ou mesmo a desvincularem-se dos acordos que estabelecem
a urgência de reduzir as emissões de modo a limitar o aumento da temperatura média do planeta.
Portugal tem um conjunto de instrumentos legais relacionados com as questões climáticas. A atuação dos
poderes públicos é determinante, bem como a dos agentes económicos e dos cidadãos em geral.
Não obstante, Os Verdes consideram que era útil criar uma lei-quadro específica para a política climática.
Foi para esse objetivo que demos a nossa contribuição, que está espelhada no documento.
Este instrumento legislativo que foi hoje votado não é a proposta de Os Verdes e necessitava de maior
discussão e valorização. Contudo, a situação política e, talvez mais, a ânsia de alguns irem para a COP26 com
uma Lei de Bases do Clima pronta precipitaram o processo.
Nesta lei, por um lado, era importante assegurar o envolvimento e a participação dos cidadãos e do
reconhecimento do papel das organizações do ambiente na mobilização da sociedade que só se inclui pela
persistência de Os Verdes.
Por outro lado, não compreendemos a inclusão nesta lei da dita «mineração verde». Não é porque se pintam
de verde as opções políticas que se torna menos grave esventrar a natureza, destruir a biodiversidade, extinguir
animais, destruir a economia local e regional.
Hoje damos mais um passo importante no caminho da mitigação e da adaptação às alterações climáticas,
mas, se não houver investimento nas estruturas do Estado, se não se reforçar a fiscalização e se não houver
coragem para travar os apetites do lucro, pouco se fará para proteger o ambiente.
A verdade é que o planeta Terra é a casa comum que todos temos de preservar, garantindo a diversidade
biológica que ele acolhe e a sustentabilidade dos que nele habitam, a partir da certeza de que, depois desta
geração, outras virão, com o mesmo direito de aqui viver.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Concluímos, assim, as declarações de voto. Há pouco, por lapso, não pus à votação os Diários n.os 72 a 76 respeitantes às reuniões plenárias da 2.ª
sessão legislativa da presente Legistatura, realizadas nos dias 28 de maio e 1, 2, 8 e 9 de junho de 2021.
Srs. Deputados, vamos votá-los.
Submetidos à votação, foram aprovados por unanimidade, registando-se as ausências do CH, do IL e das
Deputadas não inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira.
Terminada, assim, a nossa ordem de trabalhos, resta-me informar que a próxima reunião plenária será na
quarta-feira, às 15 horas, e terá a seguinte ordem do dia: no primeiro ponto um, como fixação da ordem do dia
pelo IL, será apreciado o Projeto de Lei n.º 920/XIV/2.ª (IL) — Revoga o cartão do adepto, pela não discriminação
e estigmatização de cidadãos em recintos desportivos (4.ª alteração à Lei n.º 39/2009, de 30 de julho); no
segundo ponto será discutida a Proposta de Lei n.º 118/XIV/3.ª (GOV) — Altera as taxas previstas no Código
do Imposto Único de Circulação e prorroga as medidas de apoio ao transporte rodoviário previstas no Estatuto
dos Benefícios Fiscais.
Chegámos ao fim da nossa reunião de hoje. A todos desejo um bom fim de semana.
Está encerrada a sessão.
Eram 14 horas e 30 minutos.