I SÉRIE — NÚMERO 20
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ouvido, individualmente, cada um dos parceiros sociais, para que dessem os seus pareceres sobre aquilo que
devia ser legislado.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do PCP.
Em terceiro lugar, Sr.as e Srs. Deputados, o Governo anunciou uma agenda para o trabalho digno, que
discutiu na concertação social, e algumas das suas propostas, discutidas em sede de concertação social, foram
incluídas no nosso diploma e no diploma que agora acabou de ser votado.
Em quarto lugar, Sr.as e Srs. Deputados, demonstrámos bem, ao longo deste trabalho — e foi por isso que
foi importante o grupo de trabalho, que quero saudar, pelo esforço que foi feito por todos os grupos
parlamentares, independentemente das nossas divergências —, que conseguimos apresentar aquilo que o
Partido Socialista sempre disse que devia ser: uma resposta à questão do regime do teletrabalho, uma resposta
equilibrada entre trabalhador e empregador, uma resposta que responda às necessidades prementes e em que
as despesas devam ser assumidas pelo próprio empregador, com o direito potestativo a quem está em
teletrabalho de poder ficar em teletrabalho desde que tenha crianças até aos 8 anos. E aqui, Sr. Deputado
Soeiro, não vou discutir de quem é a bondade…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não é do PS?…
Risos do BE.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — … porque há algo que sei. As propostas…
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Termino já, Sr.ª Presidente. Como dizia, as propostas que o Bloco de Esquerda apresentou, felizmente, foram muito coincidentes com as
do Partido Socialista.
Mas isso só revela uma coisa, Sr. Deputado: é que estávamos certos. E esta Assembleia da República esteve
certa quando votou um regime que hoje é um regime que protege empregadores e protege trabalhadores.
E essa foi a responsabilidade do Partido Socialista neste passo.
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso de as propostas do BE serem muito coincidentes é um favorzão!
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Da próxima vez eu explico!
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Tem a palavra, para uma declaração de voto, a Sr.ª Deputada Bebiana Cunha.
A Sr.ª Bebiana Cunha (PAN): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PAN trouxe a esta Casa um agendamento potestativo sobre a necessidade de densificarmos o quadro legal do teletrabalho.
Chegados hoje a um texto final, que subscrevemos, gostaríamos de destacar alguns aspetos que nos
parecem positivos, mas também outros que, claramente, deixam ainda um caminho por fazer.
Tal como propusemos, fica claro na lei que são integralmente compensadas pelo empregador todas as
despesas adicionais que, comprovadamente, o trabalhador suporte como direta consequência da aquisição de
equipamentos ou do seu uso na realização do trabalho, o que inclui, evidentemente, acréscimos de custos de
energia, de rede, instaladas nesta modalidade de teletrabalho. A nossa proposta previa que a lei fixasse um
valor mínimo para esta compensação, mas ainda não o alcançámos.