I SÉRIE — NÚMERO 32
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… o que, aliás, foi assumido na altura como um fator de posicionamento do País. Mais: também se assumiu
o aumento de impostos como uma forma de resposta àquilo que parecia uma fatalidade sem outra receita
possível. Os resultados foram evidentes, mas ainda bem que já nos esquecemos. Na altura, o desemprego
atingiu níveis históricos e as falências também, além de as famílias terem sido atiradas para situações de enorme
vulnerabilidade e os jovens terem sido convidados a emigrar.
Protestos do CH.
Ainda bem, Sr.ª Deputada Clara Marques Mendes, que nos diz que temos falta de recursos humanos,
reconhecendo este grave problema. Mas, há uns anos, os nossos jovens foram convidados a emigrar, a ir
embora.
O Sr. André Ventura (CH): — E os professores?!
A Sr.ª Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Desta vez, perante uma crise sem paralelo em 100 anos, quando se previa um possível colapso social, económico e de emprego, mostrámos que
era possível dar uma resposta diferente, uma resposta coletiva. Refiro-me a uma resposta de apoio às famílias,
de apoio ao rendimento, de apoio ao emprego, de apoio às empresas e de apoio ao setor social. Criámos apoios
extraordinários em tempo recorde, com todas as dificuldades que conhecemos, mas mobilizando recursos sem
precedentes. Garantimos apoios para as empresas conseguirem manter os empregos e o rendimento das
pessoas em isolamento, das pessoas doentes com COVID-19, das famílias com crianças cujas escolas foram
encerradas ou as atividades suspensas. Garantimos apoios para os trabalhadores independentes, os sócios-
gerentes, as pessoas mais vulneráveis, procurando trazer para dentro do sistema de proteção social as inúmeras
situações atípicas que todos percebemos que estavam de fora e a descoberto. Tudo isto foi feito através de
apoios que tiveram de ser criados do zero e implementados em contrarrelógio.
A Sr.ª Deputada Clara Marques Mendes refere que alguns apoios foram pagos com atraso,…
Protestos dos Deputados do PSD Afonso Oliveira e Clara Marques Mendes.
… mas certamente que não foram os apoios criados pelo PSD. Esses não vieram com atraso porque nem
sequer foram criados aquando da crise anterior! Portanto, esses nunca foram colocados no terreno.
Fizemos isto tudo com responsabilidade e com um enorme espírito permanente de missão, ao serviço do
País e dos portugueses, sem nunca baixar os braços.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Dá trabalho? Dá, dá muito trabalho. Teria sido muito mais fácil dizer às pessoas que não havia solução, que o melhor era emigrar, mas não foi essa
a nossa resposta.
Aplausos do PS.
De facto, demos, coletivamente, respostas completamente diferentes, face às respostas inexistentes durante
uma crise anterior, conseguindo resultados, como é evidente, muito diferentes.
Só no âmbito das medidas implementadas pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social,
até ao momento, metade do total de trabalhadores independentes existentes no País tiveram apoios
extraordinários. Um em cada três portugueses foram abrangidos pelas medidas extraordinárias criadas. Foram
apoiadas 174 000 empresas. Foram dados 4865 milhões de euros em apoios da segurança social, sempre com
reforços do Orçamento do Estado para este efeito.
Aproveito para lhe dizer, Sr.ª Deputada Diana Ferreira, que este ano foram transferidos do Ministério das
Finanças — portanto do Orçamento do Estado para o orçamento da segurança social — 1476 milhões de euros